Campanha de vacinação contra o HPV vai resgatar adolescentes fora da faixa etária de imunização

Vacina oferece proteção contra quatro subtipos do vírus que mais causam câncer e também contra verrugas genitais (Foto: Rodrigo Nunes/MS)

O Ministério da Saúde inicia uma campanha ao longo deste ano para vacinar adolescentes de 15 a 19 anos contra o HPV, vírus responsável por quase 100% dos casos de câncer de colo do útero. Estima-se que pelo menos 7 milhões de jovens brasileiros nessa faixa etária não foram vacinados, embora já tenham ultrapassado a idade ideal de 9 a 14 anos para a imunização de rotina. A campanha visa identificar e vacinar esses adolescentes que não receberam o imunizante na época adequada.

A vacina oferece proteção contra quatro subtipos do vírus que mais causam câncer e também contra verrugas genitais. O HPV pode provocar câncer no colo do útero, pênis, ânus, vagina e garganta. A vacina é mais eficaz quando administrada antes do início da vida sexual, uma vez que o principal modo de transmissão do HPV é por contato sexual. Embora a vacina seja mais eficaz na faixa etária de 9 a 14 anos, ela ainda oferece benefícios para aqueles que não foram vacinados.

A ação inicial se concentra em 121 municípios com as menores coberturas vacinais, onde vivem cerca de 3 milhões de adolescentes não vacinados contra o HPV. A meta é vacinar pelo menos 90% desse público-alvo. Para garantir a imunização, os estados receberão doses extras da vacina, com distribuição organizada pelo Ministério da Saúde. A vacinação também será realizada fora das unidades de saúde, em locais como escolas e shoppings, para facilitar o acesso ao público jovem.

A vacina contra o HPV é considerada segura e eficaz. Com mais de 500 milhões de doses administradas em todo o mundo, os países que adotaram a imunização apresentaram uma redução na prevalência de infecção por HPV e na incidência de câncer de colo do útero. A especialista Flávia Correa, consultora médica da Fundação do Câncer, reforça que a vacina tem um ótimo perfil de segurança e que a prevenção primária, como a vacinação, é a melhor maneira de evitar doenças relacionadas ao HPV.