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Economia

Inflação desacelera em janeiro e tem menor taxa em 31 anos

Brasil ainda enfrenta desafios para cumprir a meta de inflação de 3% para 2025

Por Redação T5 Publicado em
O valor da cesta básica na capital paraibana subiu 3,36%
Acumulado da inflação nos últimos 12 meses chegou a 4,56%, ainda acima do teto da meta (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de 0,16% em janeiro de 2025, a menor taxa para o mês desde 1994, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando a inflação foi de 0,52%, e é considerado dentro das expectativas do mercado financeiro. O acumulado da inflação nos últimos 12 meses chegou a 4,56%, ainda acima do teto da meta para este ano, que é de 4,5%.

Em comparação com o mês de dezembro, a inflação de janeiro teve uma desaceleração de 0,36 ponto percentual, o que representa um sinal positivo de contenção da alta de preços. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa, comentou sobre a desaceleração, destacando que o controle inflacionário tem sido uma prioridade do governo federal. “Embora o dado de janeiro seja positivo, sabemos que o desafio é grande para alcançar a meta de 3% em 2025, especialmente considerando a inflação acumulada de 4,56% até agora”, afirmou Barbosa.

Apesar da desaceleração no início do ano, o Brasil ainda enfrenta uma pressão inflacionária considerável. O mercado financeiro tem elevado suas projeções para a inflação de 2025, com a estimativa do IPCA passando de 5,51% para 5,58%, conforme o mais recente relatório Focus. A inflação nos preços de alimentos continua sendo um dos principais fatores que impactam o custo de vida, refletindo a dificuldade do governo em conter a alta dos preços nesse setor.

A meta de inflação para 2025 é de 3%, com uma margem de variação de 1,5 ponto percentual, ou seja, um piso de 1,5% e um teto de 4,5%. No entanto, o Banco Central (BC) admitiu a possibilidade de a inflação ultrapassar esse teto ao longo deste ano. De acordo com o BC, a probabilidade de a inflação ficar acima do limite superior da meta em 2025 aumentou de 28% para 50%. “Se a inflação continuar sua trajetória de alta, especialmente a partir do segundo semestre, o descumprimento da meta será uma realidade, o que exigirá uma resposta do Banco Central”, destacou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em entrevista à imprensa.

O relatório do BC também trouxe um alerta sobre a possibilidade de o índice acumulado em 12 meses ficar acima do teto da meta por seis meses consecutivos. Caso isso aconteça, o Banco Central terá que enviar uma carta aberta ao Ministério da Fazenda, explicando as razões para o estouro da meta. A inflação continuaria sendo monitorada, e as taxas de juros poderiam ser ajustadas conforme a política monetária.

Desde este ano, o regime de metas de inflação foi alterado, passando a ser contínuo, ou seja, a meta será avaliada mensalmente. Essa mudança visa evitar que variações temporárias, como o impacto de um choque de preços de alimentos, resultem no descumprimento da meta inflacionária. O secretário de Política Econômica ressaltou que essa nova metodologia traz mais flexibilidade e evita que momentos pontuais de alta de preços resultem em um não cumprimento da meta. "A estratégia de avaliar a meta mensalmente permite que possamos ser mais precisos no controle da inflação e identificar rapidamente qualquer variação fora do esperado", explicou Barbosa.

Além das expectativas para 2025, o mercado financeiro também revisou suas projeções para a inflação em anos subsequentes. A estimativa para 2026 subiu de 4,28% para 4,30%, enquanto a projeção para 2027 se manteve estável em 3,90%. Para 2028, a previsão aumentou de 3,74% para 3,78%. Essas revisões indicam uma percepção do mercado de que a inflação permanecerá acima da meta do Banco Central nos próximos anos, o que pode impactar o poder de compra da população e as estratégias de política econômica adotadas pelo governo.

Apesar da desaceleração em janeiro, a inflação no Brasil segue sendo uma preocupação central para a economia nacional. A meta de 3% para 2025 será desafiadora, especialmente com a inflação acumulada ainda acima do teto da meta e as projeções de alta nos próximos meses. O governo e o Banco Central seguem monitorando de perto os dados econômicos, com a expectativa de que ajustes na política monetária possam ser necessários para garantir o controle da inflação. O impacto dessa inflação sobre a economia real, principalmente no poder de compra da população, continua a ser uma das principais preocupações para os próximos meses.



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