João Pessoa tem a 2ª tarifa mais alta do Nordeste e 8ª do Brasil
Entenda motivos que colocam a cidade entre os maiores preços do transporte coletivo, com impacto direto no orçamento da população
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Com o início do ano, algumas capitais do Nordeste reajustaram as tarifas de ônibus urbanos. Mesmo assim, João Pessoa ocupa a segunda posição no ranking da região. Em uma medida anunciada em dezembro de 2024, o prefeito Cícero Lucena decidiu prorrogar a isenção de 50% do ISS (Imposto sobre Serviços) para as empresas de transporte coletivo da cidade. A isenção seguirá até 31 de dezembro de 2025, o que deve aliviar a pressão nos custos do setor.
No entanto, apesar da isenção, a cidade continua enfrentando desafios para controlar o valor das passagens. Além da isenção fiscal, no dia 13 de janeiro passou a vigorar uma nova tarifa no transporte. O aumento de 6,12% mantém João Pessoa com uma das tarifas mais altas do Nordeste, atrás apenas de Salvador. É importante destacar que, entre as capitais da região, Fortaleza, Teresina, São Luís e Maceió não sofreram ajustes nas tarifas.
Além de ocupar o 2º lugar entre as capitais do Nordeste, João Pessoa se destaca também nas outras regiões brasileiras com a passagem mais cara do transporte coletivo. A tarifa de R$ 5,20 coloca a capital paraibana em 8º lugar no Brasil, atrás de cidades como Florianópolis (R$ 6,90) e Porto Velho (R$ 6,00), mas à frente de capitais como São Paulo (R$ 5,00).
No âmbito intermunicipal, os novos preços das passagens incluem:
- João Pessoa – Alhandra: R$ 12,40
- João Pessoa – Jacumã (via BR-101): R$ 12,40
- João Pessoa – Jacumã (via PB-008): R$ 5,40
- João Pessoa – Conde (via BR-101): R$ 7,80
- João Pessoa – Bayeux: R$ 5,20
- João Pessoa – Cabedelo: R$ 5,40
- João Pessoa – Santa Rita: R$ 5,40
O Portal T5 entrou em contato com a Prefeitura de João Pessoa e com o Sintur-JP (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de João Pessoa) para esclarecer os fatores que influenciam a elevação das tarifas e as medidas fiscais adotadas para minimizar os impactos para os usuários.
Por que João Pessoa tem uma das passagens mais caras do Nordeste?
O Sintur explicou que, apesar das isenções fiscais, um dos principais fatores para o valor elevado das tarifas em João Pessoa é a ausência de subsídios ao transporte coletivo. Em capitais como Aracaju, Fortaleza, Maceió, Natal, Recife, Salvador, São Luís e Teresina, existe uma política fiscal de custeio, que permite que o custo da tarifa seja diluído entre os passageiros e o governo, evitando que o usuário arque sozinho com os custos totais do transporte.
O cálculo da tarifa leva em consideração todos os custos do sistema, como combustível, salários de funcionários, peças e pneus, divididos pelo número de passageiros pagantes. Em cidades com menor número de passageiros, a tarifa tende a ser mais alta, pois há menos pessoas para dividir os custos fixos.
De acordo com a entidade, sem os incentivos fiscais, a tarifa de R$ 5,20 seria ainda mais alta, impactando de forma mais significativa a população. A medida também tem possibilitado que as empresas invistam na renovação da frota, o que não seria viável sem as desonerações prorrogadas.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de João Pessoa não se pronunciou sobre o assunto.
Fim da greve dos motoristas
Após intensas negociações, a greve dos motoristas de ônibus foi oficialmente encerrada na manhã desta quinta-feira (30), após a categoria aceitar a proposta de reajuste salarial mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A decisão foi tomada em assembleia no Sindicato dos Motoristas, com a proposta de um reajuste linear de 5% nos salários e um aumento de 25% no vale-alimentação, que passará de R$ 440 para R$ 500 em janeiro e para R$ 550 em julho de 2025.
A greve teve início na segunda-feira (27) e gerou grandes impactos no transporte público da capital. Segundo o presidente do sindicato dos motoristas, Ronne Nunes, até esta sexta-feira (31) 100% das frotas de ônibus estarão nas ruas.