Paraibana atropelada no RJ tem coração doado; corpo é enterrado em Campina Grande
A decisão de doar os órgãos da jovem reflete sua essência, segundo a família
A jovem Priscila Marques Monteiro, de 27 anos, teve sua história marcada por uma tragédia no trânsito, mas também por um gesto de solidariedade que salvou vidas. Após ser atropelada por um ônibus enquanto atravessava uma faixa de pedestres no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, Priscila teve seus órgãos doados, beneficiando pacientes que aguardavam transplantes.
O acidente aconteceu no dia 7 de dezembro, durante uma viagem de lazer ao Rio. Priscila, formada em jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), foi socorrida e internada no Hospital Municipal Miguel Couto, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte encefálica confirmada nove dias depois. Seu coração foi transplantado com sucesso em um paciente, e o fígado também foi destinado à doação.
Neste sábado (21), o corpo da jovem foi sepultado em Campina Grande, cidade onde familiares e amigos se reuniram para prestar suas últimas homenagens. “Ela estava muito feliz, realizando o sonho de conhecer o Rio de Janeiro. Essa viagem era algo muito especial para ela”, relembrou emocionado o pai, Orton Monteiro, que conversou com Priscila por chamada de vídeo horas antes do acidente.
Testemunhas relataram que o ônibus avançou o sinal vermelho no momento em que Priscila atravessava a faixa de pedestres com uma bicicleta alugada. O impacto foi tão grave que o para-brisa do veículo ficou danificado. Apesar da gravidade da situação, o veículo não foi periciado, e a empresa responsável não entrou em contato com a família.
A decisão de doar os órgãos da jovem reflete sua essência, segundo a família. “Priscila era vegana, defensora dos animais e extremamente generosa. Saber que ela salvou vidas é um conforto em meio à dor”, afirmou o pai.
O motorista envolvido foi ouvido na 9ª DP (Catete) e liberado em seguida. Enquanto isso, a Secretaria Municipal de Transportes solicitou explicações à empresa responsável pelo ônibus, exigindo medidas preventivas para evitar novos acidentes.
Amigos e familiares destacaram a prudência de Priscila e cobram justiça pelo ocorrido. “Ela jamais atravessaria sem que o sinal estivesse favorável. Precisamos de respostas e de segurança para evitar que mais vidas sejam perdidas”, reforçou uma amiga próxima.
A tragédia que interrompeu os planos de Priscila agora serve de alerta para a necessidade de mais fiscalização e responsabilidade no trânsito.
