Peixe-Leão: Paraíba busca soluções para evitar danos ao ecossistema local
Originalmente do Oceano Pacífico, o peixe foi introduzido de forma acidental no Atlântico e já apresenta sinais de impacto sobre a fauna marinha do litoral paraibano
Nesta quinta-feira (19), autoridades ambientais se reuniram em João Pessoa para debater soluções contra a crescente presença do peixe-leão no litoral paraibano. Originalmente do Oceano Pacífico, o peixe foi introduzido de forma acidental no Atlântico e já apresenta sinais de impacto sobre a fauna marinha paraibana, despertando a preocupação das autoridades.
Leandro Silvestre, da Divisão de Fauna da Sudema, alertou para os riscos que o peixe-leão representa. Considerado uma espécie invasora, ele se reproduz rapidamente e não encontra predadores naturais, o que coloca em risco o equilíbrio do ecossistema marinho da região. "A espécie se multiplica de forma descontrolada e pode provocar desequilíbrios irreversíveis", afirmou Silvestre.
Desde o primeiro registro da espécie no estado, em 2023, 16 exemplares foram apreendidos. Esses peixes são enviados a instituições acadêmicas, como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), para análise do seu ciclo reprodutivo e dos itens presentes em seus estômagos.
Embora o trabalho de captura continue, o superintendente da Sudema, Marcelo Cavalcanti, ressaltou que é necessário implementar estratégias mais eficazes para controlar a proliferação do peixe-leão. "A captura não é suficiente, pois cada peixe pode se reproduzir em grande quantidade em pouco tempo", explicou Cavalcanti.
Para complementar as ações de contenção, Ivan Occhi, do Clube de Mergulho de João Pessoa, informou que está sendo realizado um esforço conjunto com pescadores locais para identificar as áreas mais afetadas pela invasão da espécie. A ideia é impedir a disseminação do peixe-leão antes que se torne um problema de maior proporção.
Além disso, embora não haja registros de fatalidades relacionadas ao veneno do peixe-leão, as autoridades alertam para o risco de fortes dores causadas pelos ferrões da espécie, que pode representar perigo para quem entrar em contato com ela.
As discussões sobre como enfrentar essa ameaça à biodiversidade seguem em andamento, com foco na proteção dos ecossistemas e na preservação da pesca artesanal.