Casamento coletivo de reeducandos na Paraíba oficializa uniões com efeito civil e religioso
O evento aconteceu na sede da Igreja Universal do Reino de Deus, na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa
Na tarde desta quinta-feira (19), 23 casais de reeducandos do Sistema Prisional da Paraíba participaram de um casamento coletivo com efeito civil e religioso, realizado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-PB), Vara de Execução Penal (VEP), Conselho da Comunidade, Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg) e o 12º Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais. O evento aconteceu em um templo religioso evangélico, na Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa.
A cerimônia foi financiada pelo Fundo de Assistência ao Reeducando (Farpen) e contou com apoio logístico da Secretaria de Estado da Saúde. Mais de 50 policiais penais participaram da segurança do evento. Cada reeducando pôde levar dois convidados, enquanto as testemunhas foram representadas por membros da igreja onde o casamento foi realizado e do Conselho da Comunidade.
O evento foi o primeiro a oficializar uniões de reeducandos com efeito religioso e civil. A juíza Andréa Arcoverde destacou a importância da iniciativa, que tem como objetivo fortalecer os vínculos familiares dos reeducandos. A ação é parte de uma estratégia de reinclusão social no sistema prisional.
A Secretaria de Administração Penitenciária ressaltou que a realização de casamentos no sistema prisional contribui para a redução da reincidência criminal, ao promover a convivência familiar. O secretário João Alves de Albuquerque destacou que a união entre os reeducandos e suas famílias é um passo importante para a reinserção social.
O projeto de casamento coletivo começou após um pedido de mulheres casadas com detentos e visa oficializar uniões estáveis de longa duração. Em 2025, o projeto será ampliado, com a realização de cerimônias para casais que se identificam com a religião católica, além de continuar oferecendo casamentos religiosos para outros grupos.
A coordenadora do projeto, Cizia Romeu, e o presidente do Conselho da Comunidade de João Pessoa, Thiago Robson, destacaram a importância da ação na redução de estigmas sobre os reeducandos e na promoção da dignidade humana.