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Lourdes Barreto

Paraibana entra para a lista das 100 mulheres mais influentes do mundo

Natural de Catolé do Rocha, Lourdes Barreto é uma figura icônica na luta pelos direitos das mulheres e prostitutas no Brasil

Por Carlos Rocha Publicado em
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Paraibana entra para a lista das 100 mulheres mais influentes do mundo (Foto: Reprodução/ Instagram)

A paraibana Lourdes Barreto, de 81 anos, foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo em 2024 pela rede britânica BBC. Natural de Catolé do Rocha, Lourdes é uma figura icônica na luta pelos direitos das mulheres e prostitutas no Brasil, e sua trajetória inspira gerações com uma história de superação, resistência e liderança.

A inclusão de Lourdes Barreto na lista da BBC, ao lado de personalidades como a ginasta olímpica brasileira Rebeca Andrade e a francesa Gisèle Pelicot, destaca sua importância como uma das maiores vozes em defesa da liberdade sexual, do combate à violência contra as mulheres e da promoção de políticas públicas inclusivas.

Uma história marcada por luta e transformação

A trajetória de Lourdes começou de maneira desafiadora. Aos 14 anos, ela fugiu de casa após sofrer abuso sexual de um tio e iniciou sua vida como prostituta em Fortaleza, antes de se estabelecer em Belém, no Pará, nos anos 1950. No meio de circunstâncias adversas, Lourdes transformou sua realidade, tornando-se uma liderança histórica na luta pelos direitos das profissionais do sexo e por um tratamento mais humanizado para essas mulheres.

Em 1987, Lourdes fundou a Rede Brasileira de Prostitutas, uma organização pioneira na América Latina, que foi essencial para o reconhecimento do Dia Internacional da Prostituta, celebrado em 2 de junho. Sua atuação foi além dos direitos trabalhistas: Lourdes dedicou sua vida à educação sexual e à prevenção do HIV/Aids, conquistando respeito e admiração em movimentos sociais e na militância.

Reconhecimento mundial e legado

Lourdes, que já atuou como conselheira nacional dos Direitos da Mulher, continua ativa na luta pelos direitos humanos, ocupando atualmente o cargo de conselheira estadual dos Direitos da Mulher. Sua história é retratada no livro “Lourdes Barreto: Puta Autobiografia” e na série “Puta Retrato - Trabalhadoras Sexuais”, exibida recentemente pelo Canal Brasil.

Uma das marcas mais significativas de sua trajetória foi sua parceria com a Pastoral da Mulher Marginalizada, ligada à Igreja Católica, onde aprendeu a ler e escrever, além de se organizar como militante. Nessas reuniões, Lourdes começou a mobilizar suas colegas, promovendo a sororidade em um ambiente muitas vezes marcado por rivalidades.



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