Sete em cada dez pessoas já presenciaram agressões no trânsito, diz pesquisa
Uma personal trainer foi agredida por um motociclista após uma discussão de trânsito
Uma personal trainer de João Pessoa foi vítima de agressão física na noite do último domingo (1º), após um desentendimento no trânsito. Luana Carvalho, que voltava de um passeio na orla e seguia em direção ao bairro Altiplano, relatou que foi atacada por um motociclista, que a agrediu com seu capacete após uma discussão no trânsito.
Segundo Luana, o incidente ocorreu na Avenida Beira Rio, um dos principais corredores de trânsito da capital. A vítima afirmou que, ao trafegar pela rotatória do Altiplano, acabou fechando um motoboy, que não reagiu de forma agressiva. No entanto, um segundo motociclista, aparentemente sem relação com o ocorrido, passou a persegui-la.
Em seguida, o agressor parou na frente de seu veículo, e, após uma breve troca de palavras, o motociclista freou bruscamente. Luana acabou batendo no veículo dele, o que iniciou a agressão. O motociclista desceu de sua moto e, sem qualquer diálogo, partiu para a agressão física, quebrando o retrovisor do carro e danificando o veículo da vítima.
Luana relatou que foi empurrada, puxada e, finalmente, golpeada com o capacete na boca, ficando gravemente ferida. "Eu fui perseguida, espancada, e agora estou aqui nesse estado", afirmou a vítima, mostrando os hematomas e as dificuldades para caminhar. A agressão física deixou sequelas não apenas no corpo, mas também afetou emocionalmente a personal trainer.
A polícia já está investigando o caso, e Luana, acompanhada de seu advogado, registrou o boletim de ocorrência. "A identificação do agressor é uma questão de tempo", afirmou o delegado responsável pelo caso. O agressor pode responder por lesão grave e danos materiais. Segundo a vítima, o criminoso ainda tentou fugir do local do crime, danificando a placa de sua moto antes de se evadir.
De acordo com o estudo realizado pela plataforma Preply, a violência no trânsito é uma realidade presente em todo o país. A pesquisa constatou que 7 em cada 10 pessoas já presenciaram agressões verbais no trânsito, enquanto 40% da população também foi vítima direta de ofensas em algum momento.
Comportamentos hostis como bate-bocas, gestos obscenos e buzinas excessivas são comuns nas rodovias brasileiras, refletindo a intolerância e a impaciência de muitos motoristas e pedestres. Essa situação, que muitas vezes escalona para agressões físicas, já resultou na morte de cinco pessoas por hora no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde.
Entre os insultos mais frequentes estão palavrões, críticas às habilidades de direção e gestos agressivos. As mulheres são as principais vítimas de comentários depreciativos sobre suas habilidades ao volante, com 47% delas sendo alvo dessas ofensas, contra 45% dos homens.
A pesquisa também apontou que, apesar da hostilidade, muitos motoristas reconhecem a importância de uma comunicação respeitosa no trânsito. No entanto, 46% dos entrevistados admitiram usar palavrões para extravasar sua irritação, sendo que 6% afirmam utilizar esse tipo de linguagem de forma recorrente.
A pesquisa, que entrevistou 500 brasileiros de diferentes regiões do país, revela como a falta de educação no trânsito pode impactar a segurança e a qualidade de vida nas cidades.