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Jovens homens brasileiros têm 4 vezes mais chance de morrer que mulheres na mesma faixa etária

Dados são da Tábua de Mortalidade 2023 divulgada nesta sexta-feira (29) pelo IBGE

Por Redação T5 Publicado em
Homem sofre pneumomediastino espontâneo após masturbação
Mortes masculinas são 4 vezes maiores que as femininas entre jovens de 20 a 24 anos, revela IBGE (Foto: Reprodução/Secom-ES)

A expectativa de vida no Brasil alcançou 76,4 anos em 2023, superando os 45,5 anos registrados em 1940 — um acréscimo de 30,9 anos. Apesar do avanço significativo, que inclui a recuperação de níveis anteriores à pandemia de Covid-19, a sobremortalidade masculina nos jovens de 20 a 24 anos chama atenção: homens têm 4,1 vezes mais chances de morrer nessa faixa etária em comparação com mulheres.

Os dados são da Tábua de Mortalidade 2023, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo IBGE, e revelam importantes disparidades na saúde da população brasileira. Em relação a 2022, a expectativa de vida aumentou 11,3 meses, impulsionada pela queda nas mortes associadas à pandemia.

Diferença entre os sexos

A longevidade continua maior entre as mulheres: em 2023, elas alcançaram uma média de 79,7 anos, enquanto os homens chegaram a 73,1 anos. A diferença de 6,6 anos permanece expressiva, mas é menor do que os 7,8 anos registrados no ano 2000.

Outro destaque está na esperança de vida aos 60 anos, que atingiu 22,5 anos em média — sendo de 24 anos para mulheres e 20,7 anos para homens. Desde 1940, houve um incremento de 9,3 anos para a população idosa, resultado de melhores condições de saúde e acesso a tratamentos médicos.

Mortalidade infantil despenca, mas sobremortalidade masculina persiste

A mortalidade infantil registrou uma queda histórica: de 146,6 óbitos por mil nascidos vivos em 1940 para 12,5 em 2023, uma redução de 91,5%. No entanto, a sobremortalidade masculina continua elevada entre jovens adultos. Homens de 20 a 24 anos têm 4,1 vezes mais chances de morrer do que mulheres da mesma idade, devido à maior exposição a causas externas como homicídios, acidentes de trânsito e suicídios.

A partir da década de 1980, o fenômeno se acentuou com a urbanização, intensificando a vulnerabilidade masculina a óbitos não naturais. "Essa sobremortalidade masculina reflete um padrão desigual de risco entre os gêneros, especialmente em faixas etárias jovens", destaca Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE.

Avanços e desafios

Em 80 anos, o Brasil testemunhou uma transformação em seus indicadores de saúde pública, com a expectativa de vida feminina aumentando 31,4 anos e a masculina, 30,2 anos. No entanto, a discrepância entre os sexos e a alta mortalidade entre jovens homens evidenciam desafios persistentes, que exigem políticas públicas voltadas para segurança, saúde mental e prevenção de acidentes.



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