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Vaticano considera criar crime de "abuso espiritual" na Igreja Católica

Vaticano tem lidado com acusações relacionadas ao uso abusivo de espiritualidade nos últimos anos

Por Redação T5 Publicado em
Papa Francisco Vaticano
Solicitação foi feita pelo papa Francisco (Foto: Divulgação/Vaticano)

O papa Francisco solicitou ao Vaticano que avalie a possibilidade de incluir o “abuso espiritual” como um novo crime no âmbito da Igreja Católica. A medida busca abordar situações em que padres utilizam supostas experiências místicas ou espirituais como justificativa para manipular ou prejudicar outras pessoas.

A proposta foi discutida em uma reunião entre o papa e o cardeal Víctor Fernández, responsável pela Doutrina da Fé. Segundo comunicado divulgado pelo gabinete doutrinário, Francisco instruiu Fernández a trabalhar em conjunto com outro órgão do Vaticano para examinar o tema.

Embora o comunicado não mencione casos específicos, o Vaticano tem lidado com acusações relacionadas ao uso abusivo de espiritualidade nos últimos anos. Um exemplo amplamente divulgado envolve o reverendo Marko Rupnik, renomado artista católico e ex-líder de uma comunidade espiritual em Roma. Rupnik foi acusado por cerca de 25 pessoas, incluindo ex-freiras, de diferentes formas de abuso, como coerção sexual justificada por interpretações místicas.

Em um dos relatos mais graves, uma ex-freira afirmou que Rupnik a forçou a manter relações sexuais com ele e outra religiosa, alegando que a prática simbolizava devoção à Santíssima Trindade. Embora Rupnik tenha negado as acusações, sua ordem jesuíta o expulsou em junho de 2023, e o Vaticano reabriu uma investigação sobre sua conduta em outubro do mesmo ano.

As novas normas do Vaticano, aprovadas em maio de 2024, já consideram "moralmente grave" o uso de experiências espirituais para manipular ou exercer controle sobre outras pessoas. Caso a proposta seja aprovada, o “abuso espiritual” será formalmente incluído na lista de crimes reconhecidos pela Igreja Católica, reforçando o compromisso do Vaticano em lidar com essas práticas de maneira rigorosa.



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