João Pessoa registra a menor proporção de moradores em favelas no Nordeste, revela IBGE
Salvador lidera a proporção de moradores em comunidades na região, com 43% de sua população vivendo nessas áreas
Na Paraíba, o Censo 2022 revelou que há 282 favelas ou comunidades urbanas no estado, abrigando uma população de 210.485 moradores. Essas áreas ocupam 27,21 km² do território paraibano, o que resulta em 7.734,88 habitantes por km² nessas localidades. Além disso, o estado possui 86.467 domicílios em favelas, o que corresponde a 4,79% do total de domicílios da Paraíba. Esses dados foram divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no suplemento do Censo 2022.
Em nível nacional, o Censo 2022 também apontou que o número de brasileiros vivendo em favelas aumentou na última década, alcançando 16,4 milhões de pessoas, o equivalente a 8,1% da população do país. Em 2010, o Censo identificava 11,4 milhões de pessoas vivendo em “aglomerados subnormais” – expressão então usada para áreas de urbanização precária.
O Nordeste abriga 28,3% dos moradores de favelas do Brasil, com cerca de 4,6 milhões de pessoas vivendo em áreas com urbanização irregular, ocupação de risco e insegurança jurídica da posse. Essa concentração é superada apenas pela região Sudeste, com 43,4% dos moradores em favelas do país.
João Pessoa tem a menor taxa de moradores em favelas no Nordeste
Dentro do cenário nordestino, João Pessoa se destaca com a menor taxa de moradores vivendo em favelas, totalizando 13% da população da capital paraibana em tais condições. Em contraste, Salvador lidera a proporção de moradores em comunidades na região, com 43% de sua população vivendo nessas áreas. São Luís aparece em seguida, com 35%, enquanto Fortaleza e Recife registram 24% cada.
Outras capitais nordestinas também apresentam altos percentuais: Teresina tem 23% de seus habitantes em favelas, seguida por Natal com 19%, Aracaju com 17% e Maceió com 16%.
Perfil demográfico e infraestrutura dos domicílios em favelas
A pesquisa mostra que os domicílios em favelas têm, em média, 2,9 moradores, levemente acima da média nacional de 2,8 pessoas por domicílio. Dos 6,56 milhões de domicílios situados em favelas no país, 89,3% possuem acesso à rede de água, um índice superior ao total nacional (87,4%). Em termos de esgotamento sanitário, 61,5% das residências têm ligação com a rede geral ou sistema pluvial, enquanto a média nacional é de 65%.
Grandes concentrações urbanas: alta densidade de favelas em Salvador e Recife
O estudo reforça o caráter urbano das favelas: nas 26 grandes concentrações urbanas do país – regiões metropolitanas com mais de 750 mil habitantes –, 16,2% dos moradores vivem em favelas, o dobro da média nacional. Salvador e Recife figuram entre as metrópoles com as maiores proporções de residentes em favelas, com 34,9% e 26,9% respectivamente