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suspeito de estupro

Pediatra Fernando Cunha Lima é considerado foragido, diz delegada

Na tarde desta terça-feira, policiais civis foram até a residência do médico para cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão

Por Carlos Rocha Publicado em
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Pediatra Fernando Cunha Lima é considerado foragido, diz delegada (Foto: Reprodução/ YouTube)

O pediatra Fernando Paredes Cunha Lima, de 81 anos, está foragido após a Justiça decretar, nesta terça-feira (5) sua prisão preventiva, acusado de abusar sexualmente de seis crianças, segundo informações da Polícia Civil. A decisão veio após um recurso do Ministério Público, aceito pelo desembargador Ricardo Vital, da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba, que considerou necessária a prisão para evitar a reiteração dos supostos crimes.

Na tarde desta terça-feira, policiais civis foram até a residência do médico para cumprir mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. De acordo com as autoridades, foi apreendido um "material volumoso" que será submetido à perícia. Contudo, Fernando Paredes não foi localizado e é considerado foragido, de acordo com a delegada Ana Carolina Adisse.

O caso começou em julho deste ano, quando uma mãe, ao buscar atendimento médico para suas duas filhas pequenas, relatou que flagrou o pediatra cometendo abuso contra uma das crianças durante a consulta. “Quando me virei, vi ele segurando minha filha rente ao corpo dele, fazendo cócegas enquanto ela permanecia imóvel”, relatou. Ela, então, retirou as crianças do local e denunciou na Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Infância e a Juventude.

Desde a primeira denúncia, outras vítimas procuraram a delegacia especializada, incluindo uma sobrinha do médico, que revelou ter sido abusada aos 9 anos. Gabriela Cunha Lima disse que o crime aconteceu em 1991.

Durante uma passeio na casa de veraneio dele, ele pediu para que eu me aproximasse dele, enquanto ele estava no quarto. Ele pediu para que eu tocasse nas partes íntimas dele e fizesse movimentos. Ele também pediu para que eu baixasse minhas roupas e tocou em mim”, confirmou em entrevista à equipe de reportagem da TV Tambaú/SBT.

Ainda segundo Gabriela, foi a primeira e única vez. “Isso porque das outras vezes que ele chamou eu não fui. Era muito complicado pra mim, porque ele encarava como se nada tivesse acontecido. Agora, quando eu soube dessa notícia, tentei saber se o pediatra era ele. E fiz essa denúncia. Sirvo como testemunha porque meu caso prescreveu. Eu queria que uma nova denúncia chegasse, mas ao mesmo tempo torcia para que ele deixasse de fazer isso”, finalizou. A denunciante descreve que as irmãs também foram violentadas. “Quando contei eu tinha 11 anos. Eu estava dizendo a minha mãe quando uma irmã escutou e disse que também tinha acontecido com ela”.

No total, são seis vítimas catalogadas em dois inquéritos, mas a delegacia acredita que novas denúncias poderão surgir com a prisão preventiva decretada.

Durante a sessão de julgamento, o desembargador Ricardo Vital destacou que os indícios apontam para a possibilidade de que o médico continue a praticar abusos, caso não seja detido. “A necessidade de impedir possível reiteração delitiva justifica, neste momento e sob minha ótica, a decretação da prisão preventiva para garantir a ordem pública”, afirmou Vital.

A defesa do médico, representada do advogado Lucas Mendes, anunciou que pretende recorrer da decisão junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), afirmando que "com todas as venas, a decisão é equivocada". Eles devem impetrar um habeas corpus para tentar reverter a ordem de prisão.

Para as famílias das vítimas, o sentimento é de que a justiça está sendo feita. A mãe da primeira vítima relatou o alívio e o apoio emocional que recebeu de sua filha, que compartilhou da esperança de ver o resultado positivo do pedido de prisão.

Segundo o advogado Bruno Pontes, a notícia foi recebida com alívio e emoção pelas famílias das vítimas, que veem o cumprimento da prisão como um passo importante em direção à justiça. “As famílias estão festejando, pois agora, para elas, a justiça está sendo feita”, afirmou o advogado, referindo-se à sensação de vitória das pessoas afetadas pelo caso.



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