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Álcool causa 12 mortes por hora e gera custos de R$ 18,8 bilhões ao país

Análise da Fiocruz destaca que a população masculina é a mais afetada, representando 86% das mortes associadas ao álcool

Por Gabi Lins Publicado em
Consumo de álcool pode estar ligado à diminuição do cérebro, aponta estudo
Consumo de álcool no Brasil: 12 mortes por hora e custos de R$18,8 bi (Foto: deposiphotos)

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que, a cada hora, 12 pessoas perdem a vida no Brasil em decorrência do consumo de álcool. O estudo, que analisou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), revela que o álcool causou um total de 104,8 mil mortes no país apenas em 2019, resultando em um impacto financeiro significativo estimado em R$ 18,8 bilhões por ano.

A análise da Fiocruz destaca que a população masculina é a mais afetada, representando 86% das mortes associadas ao álcool. Entre os homens, as principais causas de óbito incluem doenças cardiovasculares, acidentes e violências. No entanto, o álcool também representa um risco para as mulheres, onde os principais problemas de saúde associados são tipos de câncer e doenças cardíacas.

Outro dado preocupante é o aumento de 14% no consumo abusivo entre as mulheres, o que pode indicar uma tendência alarmante para o futuro. Apesar de o consumo ser menos comum entre as mulheres, a pesquisa nacional de saúde de 2019 mostra que cerca de 31% das mulheres entrevistadas relataram ter consumido álcool nos 30 dias anteriores, em comparação com 63% dos homens.

Os custos diretos ao Sistema Único de Saúde (SUS), referentes a hospitalizações e atendimentos ambulatoriais, somam R$ 1,1 bilhão. Já os custos indiretos, que incluem a perda de produtividade, aposentadorias precoces e licenças médicas, totalizam R$ 17,7 bilhões. O custo previdenciário alcançou R$ 47,2 milhões, sendo 78% desses gastos referentes ao público masculino.

Além das diferenças nos custos entre os sexos, a pesquisa aponta que as mulheres buscam mais frequentemente serviços de saúde, o que pode levar a diagnósticos mais precoces. Eduardo Nilson, pesquisador da Fiocruz e responsável pelo estudo, explica que “quando os homens procuram o serviço de saúde, possivelmente já estão com a saúde muito mais comprometida, o que acarreta mais hospitalizações”.

Em relação ao atendimento ambulatorial, a diferença entre homens e mulheres é menor, com 51,6% dos custos atribuídos ao público masculino. O estudo também revela que a faixa etária mais afetada nos atendimentos ambulatoriais está entre 40 e 60 anos, onde 55% dos custos referem-se às mulheres.

Os dados de consumo abusivo de álcool também revelam uma crescente preocupação. Entre 2006 e 2023, a ocorrência de episódios de consumo abusivo quase dobrou entre as mulheres, evidenciando uma mudança comportamental que pode trazer consequências significativas para a saúde pública.



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