TV Tambaú
Clube FM
Nova Brasil Maceió
º
Itaporanga

Juiz é condenado à aposentadoria compulsória por favorecer amigo advogado na PB

O advogado, investigado por sua proximidade com uma facção criminosa, foi citado em diálogos interceptados que indicavam seu poder de influência junto ao juiz para desmanchar processos criminais

Por Carlos Rocha Publicado em
Forum de Itaporanga 05 06 08 82
Juiz é condenado à aposentadoria compulsória por favorecer amigo advogado na PB (Foto: TJPB)

O Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) decidiu, nesta quarta-feira (23), pela aposentadoria compulsória do juiz Antônio Eugênio Leite Ferreira Neto, da 2ª Vara da Comarca de Itaporanga, por violação dos princípios de imparcialidade, decoro e moralidade pública. A decisão, que garante ao magistrado vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, foi tomada por unanimidade durante uma sessão administrativa e seguiu o voto do relator, desembargador Romero Marcelo da Fonseca Oliveira.

A condenação teve como base acusações formuladas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), que apontou desvios funcionais do magistrado, incluindo a parcialidade em suas decisões judiciais, subversão da ordem processual e o favorecimento de um advogado amigo íntimo. O advogado, investigado por sua proximidade com uma facção criminosa, foi citado em diálogos interceptados que indicavam seu poder de influência junto ao juiz para desmanchar processos criminais.

De acordo com o MPPB, as interceptações telefônicas revelaram que membros da organização criminosa se referiam ao advogado como alguém "muito amigo do juiz", sendo capaz de manipular o andamento de processos. O magistrado também foi acusado de compartilhar informações sigilosas das investigações com o advogado, que repassaria esses dados para os criminosos.

No voto do relator, desembargador Romero Marcelo, foi destacado que essa relação de proximidade entre o juiz e o advogado violou os princípios da impessoalidade e imparcialidade. Além da aposentadoria compulsória, o presidente do TJPB, desembargador João Benedito da Silva, determinou o envio de cópias do processo ao Ministério Público Estadual para possíveis novas providências.



Relacionadas