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Baía da Traição: avanço do mar destrói moradias e ameaça isolar aldeias

Nos últimos cinco anos, o mar avançou cerca de 30 metros em algumas áreas, destruindo falésias, casas, e até a pavimentação da região

Por Redação T5 Publicado em
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Baía da Traição: avanço do mar destrói moradias e ameaça isolar aldeias (Foto: Reprodução/TV Tambaú)

A Baía da Traição, localizada no litoral norte da Paraíba, enfrenta uma grave ameaça ambiental que preocupa moradores, turistas e a comunidade indígena Potiguara. O avanço do mar, intensificado pelo aquecimento global e pela falta de planejamento urbano adequado, tem destruído casas e infraestruturas. Nas últimas semanas, a situação se agravou, com o mar se aproximando cada vez mais, aumentando o risco de isolamento de aldeias indígenas e afetando a população local.

De acordo com o líder indígena, Tuxaua Natan, algumas aldeias podem ficar completamente isoladas se medidas cabíveis não forem tomadas com urgência. A situação tem gerado grande apreensão, especialmente com a chegada das marés altas esperadas para os próximos meses.

A beleza natural da Baía da Traição contrasta com os danos causados pela erosão. Nos últimos cinco anos, o mar avançou cerca de 30 metros em algumas áreas, destruindo falésias, casas, e até a pavimentação da região. A Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem um dos postos mais antigos do Nordeste na área, também está ameaçada.

O professor de Geociências, Saulo Vital, destaca que o avanço do mar é resultado de uma combinação de fatores: o aquecimento global, que eleva o nível dos mares, e a ocupação desordenada da faixa de praia. Ele explica que, sem um planejamento adequado, a natureza busca recuperar o espaço que lhe foi tomado, o que resulta nos problemas enfrentados hoje pela Baía da Traição.

O professor mencionou o Projeto Praiamar, uma iniciativa estratégica do governo do estado que envolve universidades e institutos de pesquisa para estudar e propor soluções para a erosão costeira em diversas localidades, incluindo a Baía da Traição. O projeto, que terá a duração inicial de 18 meses, visa diagnosticar o problema e sugerir medidas de mitigação.

Entretanto, ações imediatas ainda são incertas. Há a possibilidade de construir uma barreira de contenção, mas isso depende da análise do comitê científico responsável. A construção de barreiras ou outras intervenções emergenciais só poderá ocorrer após consulta, conforme acordo com o Ministério Público Federal.

Enquanto aguardam por uma solução definitiva, os moradores e líderes locais têm apelado por ajuda das esferas municipal, estadual e federal. O prefeito da cidade já decretou estado de calamidade pública e acionou a Assembleia Legislativa e deputados federais para buscar apoio. A esperança é que medidas sejam tomadas antes que as marés de janeiro e fevereiro tragam ainda mais destruição.



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