Marido de Raíssa Lacerda se pronuncia após prisão da vereadora
Durante a conversa, Roberto Lacerda expressou seu apoio à esposa e manifestou preocupação com a cobertura da imprensa sobre o caso
O marido da vereadora Raíssa Lacerda, Roberto Azevedo, concedeu uma entrevista exclusiva nesta quinta-feira (19) ao programa Tá na Hora Paraíba, da TV Tambaú, diretamente do presídio Maria Júlia Maranhão, onde a parlamentar está detida. Durante a conversa, Roberto expressou seu apoio à esposa.
As investigações que levaram às prisões das investigadas, inclusive de Raíssa, começaram na semana passada, após a apreensão de R$ 35 mil em espécie, além de documentos, contracheques de funcionários públicos e aparelhos celulares. Com base nas provas colhidas, a Polícia Federal teria identificado uma organização criminosa bem estruturada, que utilizava de métodos violentos para influenciar o resultado das eleições.
As mulheres foram detidas durante a segunda fase da Operação Território Livre, que investiga uma organização criminosa atuante no aliciamento violento de eleitores em João Pessoa. A operação foi deflagrada pela Polícia Federal e faz parte de um esforço conjunto para combater crimes eleitorais na capital paraibana.
"Vim aqui dar um suporte à minha esposa e trazer um ventilador para ela", afirmou Roberto, que se disse constrangido e triste com as notícias veiculadas, alegando que Raíssa não tem relação com as pessoas mencionadas nas investigações. Segundo ele, as informações sobre assessores de Raíssa são equivocadas e as pessoas citadas não têm qualquer ligação com a vereadora.
Roberto disse que está analisando o inquérito e que a prisão preventiva de Raíssa é uma medida extrema. "Ela é primária, não está envolvida com nenhuma facção criminosa e não participou de crimes eleitorais", afirmou. Ele também comentou sobre a mensagem de WhatsApp que teria gerado suspeitas, esclarecendo que a mensagem não foi enviada durante o período eleitoral e se referia a um pedido de ajuda de uma pessoa ligada a outro vereador.
Além disso, Roberto mencionou que Raíssa nunca aliciou eleitores e que, caso seja indiciada, será absolvida. O marido da vereadora também ressaltou que o pedido de habeas corpus para revogar a prisão preventiva já foi protocolado e que aguardam uma resposta judicial.
"Essas moças que estão sendo investigadas não são assessoras dela", enfatizou, pedindo um olhar mais crítico sobre a situação. Roberto concluiu sua declaração reafirmando a inocência da esposa e a confiança na Justiça.
Manutenção da prisão
Após audiência de custódia realizada na manhã desta quinta-feira (19), no Fórum Criminal de João Pessoa, ficou decidido que a vereadora Raissa Lacerda continuará presa e será encaminhada ao presídio Júlia Maranhão, assim como Taciana Batista do Nascimento, Kaline Neres do Nascimento Rodrigues e Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos presas na mesma operação.
Em nota, a assessoria da vereadora Raissa Lacerda negou qualquer envolvimento da parlamentar com as demais acusadas e afirmou que as acusações fazem parte de uma suposta perseguição política. "Raissa é inocente e tem como provar. Ela está sendo vítima de uma ardilosa perseguição eleitoral", diz um trecho do comunicado.
O advogado Felipe Pedrosa, responsável pela defesa de Pollyana Monteiro e Taciana Batista, divulgou uma nota informando que espera a revogação da prisão das investigadas. "Estamos confiantes de que, nas próximas horas, a Justiça Eleitoral, ao analisar detidamente todos os fatos e provas apresentados, reconhecerá a desnecessidade das prisões e as revogará, permitindo que Pollyana e Taciana respondam ao processo em liberdade, tal como assegurado pela Constituição."