Crescimento tecnológico coloca João Pessoa em posição de destaque
Novos métodos, equipamentos e processos são incorporados no dia a dia de pessoenses e paraibanos.
Chegar aos 439 anos de forma despercebida é algo incomum. E isto não acontecerá em João Pessoa. Uma das cidades mais antigas do país é refúgio de sol, mar, história e inovação. Apresentando-se como um esteio a receber novas práticas, a cidade incentiva a criatividade e desperta, cada vez mais, iniciativas que tem como motor a tecnologia.
A revolução digital transforma cenários em todo país. E não apenas no aspecto físico, mas em critérios, oportunidades e entrega de benefícios à população. Neste quesito, a capital da Paraíba desperta em meio a pujança dos dias atuais.
Iniciativas que caminham por áreas diversas auxiliam a sociedade, inclusive, no momento que se aproxima: as eleições. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), cujo campus I e Centro de Tecnologia estão em João Pessoa, foi desenvolvida uma tecnologia para auxiliar na detecção de crimes eleitorais que envolvem o uso de inteligência artificial (IA) e deepfakes de áudio. A deepfake, em resumo, consiste em uma metodologia que sintetiza imagens e sons humanos e que podem distorcer vídeos, e áudios. As alterações são, geralmente, mal intencionadas, fazendo parecer que a pessoa retratada está dizendo algo que nunca aconteceu na realidade.
O lançamento da novidade aconteceu no dia 18 de julho. O elemento vai se mostrar como um diferencial ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) no período eleitoral. Denominado como uIAra, o sistema vai ajudar magistrados na tomada de decisões, sobretudo em processos que abrangem a utilização indevida da inteligência artificial, com foco na identificação das deepfakes de áudio, também conhecida como clonagem de voz.
No campo da saúde, o mestre em Ciências Odontológicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Davi Clementino Carneiro, criou um método de detecção de cárie dentária por fotoluminescência. O instrumento permite diagnósticos mais precisos, evitando a remoção de tecido dentário sadio.
“Nosso objetivo é facilitar o diagnóstico e a tomada de decisão em procedimentos odontológicos, para reduzir a necessidade de remoção de tecido sadio e possibilitar melhor visualização de patologias dentárias”, destacou Davi.
Ao Portal T5, Josemar Cruz, especialista em Tecnologia da Comunicação, avalia que a capital paraibana tem um grande potencial, inclusive para se tornar uma cidade inteligente.
“Há um caminho a ser percorrido mediante a implantação de sistemas que podem melhorar substancialmente o acesso da população às possibilidades proporcionadas pela tecnologia. E isso pode melhorar a experiência dos cidadãos no transporte coletivo, por exemplo”, antecipou.
O especialista cita que em várias cidades do mundo sistemas de comunicação fazem total diferença. “Há processos que avisam, no ponto do ônibus, quanto tempo falta para o próximo veículo da linha desejada passar. Além disso, a implantação de um metrô de superfície se faz necessária. Sem esquecer da saúde pública com a facilitação para marcação de exames e consultas em larga escala”, sinalizou.
Josemar indica que a pandemia auxiliou a formar uma imagem, mesmo que ainda incipiente, após ruptura de conceitos antes da cidade. “Isso fez com que se criassem serviços de acesso remoto em empresas de diversos segmentos, por exemplo”, pontua. Também considera ainda que a vinda de profissionais de outros estados para a cidade “proporcionou a presença de pessoas da área de inovação e isso atraiu o desenvolvimento de novas aplicações”, exclamou.
Energias sustentáveis
A Paraíba também se destaca nacionalmente como polo de geração de energia solar e eólica, além da fabricação dos painéis. O especialista acrescenta que isto ocorreu devido também a pandemia.
Por fim, atenua que a criação do Parque Tecnológico da Paraíba subsidia e incentiva a criação. A iniciativa reúne representantes da academia, governo e mundo empresarial. “Esse tripé fomenta novas tecnologias, cria mão de obra e tem respaldo acadêmico, o que facilita o patenteamento e possibilita a transformação em produtos comerciais de sucesso”, concluiu.