Crise na Venezuela: refugiado na Paraíba compartilha desafios e esperanças
Desde 2014, estima-se que pelo menos 7 milhões de venezuelanos tenham emigrado
A crise política e econômica na Venezuela continua a provocar grandes movimentações populacionais, com milhões de venezuelanos deixando seu país em busca de melhores condições de vida. Desde 2014, estima-se que pelo menos 7 milhões de venezuelanos tenham emigrado, e o Brasil tem sido um dos destinos principais para muitos desses refugiados.
Na Paraíba, a cidade de João Pessoa acolheu diversos venezuelanos, incluindo José Alejandro, que reside no estado há seis anos. José trabalha como técnico de informática e compartilhou um pouco de sua história e os desafios enfrentados por sua família que permanece na Venezuela. Ele deixou seu país em 2018, durante um período crítico de escassez alimentar.
"A situação na Venezuela é complicada. Não temos como voltar. Infelizmente, nosso futuro era voltar para nosso país ainda este ano, mas as recentes denúncias de fraude nas eleições e a tentativa de hackear o site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nos deixam sem esperança," disse José Alejandro. Ele expressa profunda preocupação com seus familiares, especialmente seus avós, que desejam vê-lo novamente.
A repórter Vanessa Bra, que conversou com José, destacou que muitos venezuelanos na Paraíba compartilham sentimentos semelhantes. O clima na Venezuela está tenso, com protestos frequentes e acusações de violência por parte de grupos armados ligados ao governo. "A gente só quer um país livre e democrático", afirma José.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou recentemente o que chamou de "manipulação mais aberrante" das eleições venezuelanas, e planeja uma assembleia para discutir a situação. A principal opositora, Maria Corina Machado, está sendo acusada pelo governo de hackear o sistema do CNE, complicando ainda mais o cenário político.
No Brasil, os refugiados venezuelanos criaram uma rede de apoio nas redes sociais, com mais de 100 membros na Paraíba, que se ajudam mutuamente e compartilham informações sobre a situação em seu país de origem. Muitos deles, como José, desejam retornar à Venezuela quando a situação melhorar.
José finaliza com um apelo: "Só queremos liberdade para nosso país. Estamos aqui de passagem, esperando voltar para nossa vida normal."