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Uma pessoa morre por minuto no mundo por complicações da AIDS; veja números da PB

Os dados estão em um relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids)

Por Carlos Rocha Publicado em
João Pessoa tem 393 usuários de PrEP como método contra HIV
Uma pessoa morre por minuto no mundo por complicações da AIDS; veja números da PB (Foto: MS)

Das 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo, quase um quarto (9,3 milhões), não estão recebendo o tratamento adequado. Como consequência, uma pessoa morre por minuto por causas relacionadas à aids.

Os dados estão em um relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), antes da abertura oficial da 25ª Conferência Internacional sobre Aids, em Munique, na Alemanha.

Segundo o relatório, as lideranças mundiais se comprometeram a reduzir as novas infecções anuais para menos de 370 mil até 2025, mas em 2023 houve 1,3 milhão de novas infecções, número mais de três vezes superior ao estabelecido.

“E agora, com cortes nos recursos e um aumento na oposição aos direitos humanos, colocam em risco o progresso já alcançado”, diz o estudo.

Segundo a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima, é possível cumprir a meta de acabar com a pandemia de aids como uma ameaça à saúde pública até 2030, mas é preciso garantir que a resposta ao HIV tenha os recursos necessários e que os direitos humanos de todas as pessoas sejam protegidos. “A atuação decidida das lideranças pode salvar milhões de vidas, prevenir milhões de novas infecções por HIV e garantir que todas as pessoas vivendo com HIV possam ter vidas saudáveis e completas”, ressalta.

A expansão do acesso ao tratamento do HIV reduziu pela metade as mortes relacionadas à aids, passando de 1,3 milhão em 2010 para 630 mil em 2023. “No entanto, o mundo está fora do caminho para atingir a meta de 2025 de reduzir as mortes relacionadas à aids para menos de 250 mil”, informa a Unaids.

O relatório da Unaids mostra que o número de novas infecções por HIV caiu 39% globalmente desde 2010 e 59% na África Oriental e Austral. No entanto, o número de novas infecções está aumentando no Oriente Médio e Norte da África, na Europa Oriental e Ásia Central, e na América Latina.

O relatório da Unaids também mostra que o percentual de pessoas com acesso a tratamento antirretroviral aumentou de 47% em 2010 para 75% em 2023.

A 25ª Conferência Internacional sobre Aids acontece entre os dias 22 e 26 de julho e tem estimativa de receber 15 mil participantes. Organizada pela Sociedade Internacional de Aids (IAS), o evento reunirá pessoas que vivem, são afetadas ou trabalham com HIV e aids para compartilhar conhecimentos e informações sobre a resposta à epidemia nos últimos 40 anos.

HIV em João Pessoa e na Paraíba

Em 2023, de janeiro a outubro, João Pessoa registrou mais de 1700 novos casos de ISTs, incluindo mais de 400 de HIV. No ano de 2022, houve 826 novos diagnósticos de HIV no estado da Paraíba.

De acordo com informações do infectologista Fernando Chagas, que atende no Complexo Hospitalar Clementino Fraga, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas na Paraíba, somente no hospital foram 537 testes positivos de HIV. Ele acrescentou que estima-se que há cerca de 250 mil pessoas vivendo com HIV sem saber no país.

PrEP em João Pessoa

A PrEP consiste no uso de medicamentos antirretrovirais para evitar contaminação com o vírus HIV em caso de exposição. As prioridades do método são pessoas com maior vulnerabilidade à infecção, como homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, homens e mulheres trans, e casais sorodiferentes (quando um tem HIV e o outro não).

A cidade de João Pessoa possui, atualmente, 510 usuários utilizando a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), segundo o painel de monitoramento da PrEP do Ministério da Saúde. Os dados mostram que existem 1.116 pessoas cadastradas e 735 que receberam os medicamentos ao menos uma vez nos últimos 12 meses. Um total de 224 usuários descontinuaram o tratamento PrEP.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza também a profilaxia pós-exposição (PEP), com medicamentos antirretrovirais após uma possível exposição ao vírus. Esse método é pensado para casos em que o preservativo sai, se rompe ou não é utilizado por algum motivo durante o ato sexual. Assim como no caso de acidentes com materiais perfurantes ou cortantes possivelmente contaminados e violência sexual. O início da profilaxia deve ocorrer até 72 horas após a exposição.

Em João Pessoa existem alguns polos que são referência para a testagem e aconselhamento acerca do HIV/AIDS. Nesses locais são oferecidos serviços como a PrEP, testagem, além de orientações acerca das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).



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