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Paraíba confirma primeiro caso de Febre Oropouche no Estado

O paciente, um homem de 34 anos, morador da cidade de João Pessoa, procurou atendimento médico ao apresentar sintomas característicos da dengue, após ter viajado para o estado de Pernambuco

Por Carlos Rocha Publicado em
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Paraíba confirma primeiro caso de Febre Oropouche no Estado (Foto: Divulgação)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) confirmou, nesta quinta-feira (11), o primeiro caso da Febre Oropouche na Paraíba. O paciente, um homem de 34 anos, morador da cidade de João Pessoa, procurou atendimento médico ao apresentar sintomas característicos da dengue, após ter viajado para o estado de Pernambuco, onde foi contaminado. O diagnóstico para Febre Oropouche foi confirmado por exame realizado no Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen/PB).

De acordo com a técnica das arboviroses da SES, Carla Jaciara, a secretaria verificou, após investigação, que se trata de um caso importado, ou seja, a infecção não ocorreu no território paraibano. “Diferente da Paraíba, Pernambuco já tem registros da doença em 10 municípios, portanto, o caso não pertence ao nosso estado. O paciente voltou da viagem apresentando sintomas três dias após o retorno, fez exame para a dengue, chikungunya e zika, e deu não detectável, porém, por termos informações do cenário epidemiológico dos locais por onde ele passou, foi realizado pelo Lacen o exame necessário para o diagnóstico. É importante frisar que o usuário se recupera bem, está em casa, aparentemente saudável”, explicou.

Os sintomas da Febre Oropouche são semelhantes aos das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, por isso, é necessário que, ao apresentá-los, a população procure o serviço de saúde mais próximo para receber o tratamento adequado. Entre os principais sintomas estão: febre de início súbito, dor de cabeça, dor muscular e articular, tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.

Diferente da dengue, zika e chikungunya, que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a Febre Oropouche tem como principal transmissor o mosquito maruim, também chamado de “muruim”, comum no território paraibano. A transmissão ocorre por meio dos mosquitos infectados.

De acordo com o chefe do Núcleo de Fatores Biológicos e Entomologia da SES, Nílton Guedes, o maruim é um tipo de mosquito presente principalmente em locais úmidos. Ao contrário do Aedes aegypti, ele não se prolifera em água parada, porém, é necessário evitar entulhos ou materiais em decomposição. “Nós orientamos que as pessoas façam limpezas em seus quintais e nos arredores das casas. Ao adentrar em locais onde existe a confirmação do maruim, utilizem repelentes e roupas que cubram todo o corpo, evitando picadas do mosquito”, frisou.

O gestor reforça que a SES está realizando durante os meses de julho e agosto, um trabalho de captura para avaliação desse vetor, com o objetivo de identificar possíveis regiões mais propícias para sua proliferação que são espaços de mangue, vegetação de clima úmido, plantações, e espaços com depósito de matéria orgânica. O processo iniciará nos municípios fronteiriços com o estado de Pernambuco: Salgado de São Félix, Umbuzeiro, Natuba, Pitimbu, Caaporã, Pedras de Fogo, Juripiranga e Itabaiana. A SES-PB chegou a emitir no dia 19 de junho uma nota técnica sobre a Febre do Oropouche. A divulgação ocorreu após o estado da Bahia registrar a primeira morte pela doença.

Aspectos Epidemiológicos

A Febre do Oropouche (FO) é uma doença causada por um arbovírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. Existem dois ciclos de transmissão: silvestre e urbano.

No ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos são os principais hospedeiros, com o mosquito Culicoides paraensis (conhecido como maruim ou mosquito-pólvora) sendo o vetor primário. No ciclo urbano, o homem é o hospedeiro principal e o mesmo mosquito atua como vetor.

Até o momento, não há evidências de transmissão direta de pessoa para pessoa. Após a infecção, o vírus permanece no sangue dos infectados por 2-5 dias após o início dos primeiros sintomas. Não há vacina ou tratamento específico disponíveis.

Aspectos Clínicos

Os sintomas iniciais incluem febre, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas podem incluir tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. Casos mais graves podem envolver o sistema nervoso central e apresentar manifestações hemorrágicas. A doença geralmente evolui de forma benigna, sem deixar sequelas, mesmo nos casos mais graves.

A SES-PB orientou os municípios com casos detectados a notificar imediatamente, realizar busca ativa de sintomáticos e adotar medidas de controle.

Medidas de Prevenção e Controle

A prevenção inclui minimizar a exposição às picadas dos vetores:

  • Utilizar roupas protetoras, repelentes, mosquiteiros e telas em portas e janelas;
  • Evitar áreas de transmissão ativa, especialmente ao amanhecer e ao anoitecer;
  • Eliminar criadouros e controlar fatores ambientais que favorecem a reprodução dos vetores.


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