Mais de 70 pessoas pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas na Paraíba, diz relatório
Documento pontua os crimes intencionais praticados ao longo de sete anos.
A Paraíba registrou 73 casos de mortes violentas da população LGBTQIAP+, entre os anos de 2017 e 2023. Os dados são do Relatório de Acompanhamento dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) DE LGBTQIAPNb+ na Paraíba, divulgado pela Secretaria da Mulher e Diversidade Humana. Os crimes foram praticados em 27 municípios paraibanos. João Pessoa lidera com 30 registros. Campina Grande tem 5; Patos e Santa Rita tem 4, cada.
Nesta sexta-feira (28), celebra-se o Dia Internacional do orgulho LGBTQIA+. A data tem como objetivo reconhecer o impacto que indivíduos lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgêneros tiveram na história local, nacional e internacional.
No relatório é possível observar o perfil das pessoas que tiveram as vidas interrompidas, de forma não só injusta, como brutal no estado paraibano. Em 2023, por exemplo, foram computadas 5 mortes. Elas aconteceram nas cidades de Alagoa Nova, João Pessoa, Rio Tinto, Serra Redonda e Sousa.
Confira o detalhamento
- Faixa etária: De 19 a 29 anos (1); De 30 a 39anos (1); De 40 a 49 anos (2); Ignorada (1).
- Orientação sexual: Homossexual (3); Ignorada (2)
- Identidade LGBTQIAPNb+: Gay (3); Mulher Transexual (2).
- Instrumento utilizado: Arma de fogo (3); Ignorada (2)
O estudo conclui que em relação ao breve perfil traçado das vítimas, quando nota-se que as pessoas das comunidades LGBTQIAPNb+, é de uma pessoa jovem, preta e periférica. “Mesmo com todo esforço dedicado à elaboração de bancos de dados e relatórios, os números de assassinatos ainda são subnotificados, seja pela falta de informações, seja pela invisibilidade dada a tantos casos”, informa.
Relatório Orgulho LGBTQIA+
O relatório Orgulho LGBTQIA+ de 2024, do Opinion Box, revela que no Brasil foram registrados 230 assassinatos contra pessoas LGBTQIA+ em 2023. Um dado sinalizado na pesquisa é de que o medo e a apreensão faz que as pesoas evitem andar de mãos dadas com pessoas do mesmo sexo. 64% dos entrevistados na pesquisa informaram evitar andar de mãos dadas com pessoas do mesmo sexo em razão de agressões.
Uma análise importante sobre esses tipos de violência é que o preconceito não se esconde, uma vez que a maior parte das ameaças, agressões e assédios acontecem em lugares públicos.
Onde procurar ajuda?
Em caso de violência, as autoridades de segurança devem ser acionadas. Entre as opções estão os números 190 (Polícia Militar), 197 Polícia Civil, 180 (Central de Atendimento a Mulher - Nacional), 153 (Ronda Maria da Penha - Municipal). O crime também deve ser denunciado à Delegacia de Repressão aos Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (83) 3214-3224.
Disque Denúncia 156 (João Pessoa)
É um serviço realizado pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sedhuc) e deve ser acionado para denunciar atos de violência, discriminação ou preconceito de gênero, etnia, cor e demais situações, contra como crianças, idosos, mulheres, deficientes e públicos LGBTQIA+.