"Foi um alento para nossa alma", diz mãe da menina Júlia após condenação de padrasto
O réu foi condenado a 42 anos e seis meses de prisão e 50 dias-multa, devendo cumprir a pena em regime fechado
O julgamento de Francisco Lopes, acusado de estuprar e matar a adolescente Júlia dos Anjos em 2022, ocorreu nesta terça-feira no Fórum Criminal de João Pessoa. O réu foi condenado a 42 anos e seis meses de prisão e 50 dias-multa, devendo cumprir a pena em regime fechado.
O julgamento teve início às 9h e se estendeu até pouco depois das 18h, com a sentença sendo lida no início da noite. Francisco Lopes, que era padrasto da vítima, foi condenado por homicídio qualificado, violência sexual e ocultação de cadáver.
Relembre o Caso
Em 7 de abril de 2022, a adolescente Júlia dos Santos, de 12 anos, desapareceu de sua residência, onde morava com a mãe e o padrasto. Inicialmente, a mãe informou que a filha havia recebido mensagens de uma mulher, suspeitando que isso estivesse relacionado ao desaparecimento.
Cinco dias depois, Francisco Lopes confessou ter assassinado a adolescente por asfixia e revelou que a havia estuprado antes de matá-la. Após a confissão, ele indicou a localização do corpo, que foi encontrado em 12 de abril de 2022, dentro de um reservatório de água em estado avançado de decomposição.
Detalhes do Julgamento
Durante o julgamento, o Ministério Público apresentou provas contundentes contra Francisco Lopes, incluindo depoimentos de testemunhas e laudos periciais. A defesa tentou argumentar que outra pessoa poderia ter cometido o crime, até insinuando a participação da mãe de Júlia, mas essas alegações foram desconsideradas pelo júri.
O promotor Demétrios Castro destacou que todas as qualificadoras foram aceitas, incluindo a torpeza, crueldade, impossibilidade de defesa da vítima, e o fato de o crime ter sido cometido contra uma criança menor de 14 anos. A pena também foi agravada pelo réu ser padrasto da vítima.
Declarações da Família
Após a leitura da sentença, a mãe de Júlia, Josélia dos Santos, expressou seu alívio e gratidão pela justiça feita. "Foi um alento para nossa alma. Nada trará minha filha de volta, mas saber que ele ficará preso e não fará isso com outras crianças é um consolo", disse emocionada.