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Advogado de vítimas questiona soltura de Antônio Ais: "Todo mundo está muito indignado"

Em entrevista ao programa "Tá na Hora Paraíba", o advogado Artêmio Picanço, que representa as vítimas, expressou seu descontentamento

Por Carlos Rocha Publicado em
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Advogado de vítimas questiona soltura de Antônio Ais: "Todo mundo está muito indignado"

A Justiça Argentina concedeu prisão domiciliar ao empresário Antônio Neto, dono de uma empresa de criptoativos em Campina Grande, Agreste paraibano. A decisão tem gerado indignação entre as vítimas e seus representantes legais. Em entrevista ao programa "Tá na Hora Paraíba", o advogado Artêmio Picanço, que representa as vítimas, expressou seu descontentamento.

"Todo mundo está muito indignado. Até eu estou um pouco estarrecido com tudo isso. É uma decisão que classificamos como teratológica, abusiva, absurda, abjeta", disse Picanço. Ele argumenta que a justificativa da justiça argentina, que se baseou na saúde da esposa de Neto, Fabrícia, é insustentável.

Segundo a decisão, Neto deveria ser liberado porque Fabrícia não conseguiria criar os filhos sozinha devido a problemas de saúde. "Quantas mães solteiras temos no Brasil que criam seus filhos sozinhas?", questiona Picano.

Outro ponto controverso é o argumento de que Neto poderia retomar suas atividades econômicas vendendo antiguidades restauradas no Mercado Livre. "Agora ele virou o Toim do brechó, vendendo e restaurando coisas antigas. É impressionante", ironizou Picanço, destacando a improbabilidade de Neto sustentar a família com esse tipo de trabalho.

O advogado afirmou ainda que a defesa deve recorrer da decisão. "A tendência é que ele vá para casa e lá esteja com tornozeleira e mecanismos de aferição de GPS. Ele está proibido de deixar a Argentina."

Picano também criticou o tratamento dado ao casal pela justiça argentina, que os classificou como imigrantes e não como foragidos. "Isso não é normal. Estamos longe de tempos normais, estamos vivendo tempos sombrios."

Quando questionado sobre possíveis interferências que levaram a essa decisão, Picano mencionou a possibilidade de corrupção. "Um colega advogado argentino disse que parece uma decisão comprada. Analisando friamente, é completamente descabido."

A situação se agrava pelo fato de Neto ser procurado pela Interpol. "Ele estava malhando na academia e jogando golfe com o dinheiro dos outros até pouco tempo. Agora dizem que ele vai retomar seu 'trabalho' de vender antiguidades."

Tentamos contato com a defesa de Antônio Neto, mas não obtivemos resposta até o momento.



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