Braiscompany: nova denúncia é realizada pelo MPF, que mira doleiro, donos e mais pessoas
Entre os donos, Antônio segue preso e Fabrícia está em liberdade na Argentina.
Uma nova denúncia no caso Braiscompany foi apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo a instituição, os donos da Braiscompany - empresa que, por meio de um esquema de pirâmide financeira acumulou mais de 400 milhões de dólares em criptomoedas e deu calote em clientes - contatam com ajuda de um doleiro. O nome de Joel Ferreira de Souza é citado. Além dele, foram novamente denunciados Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias (donos). Também constam os nomes de Victor Veronez - filho de Joel, acrescidos ao de Gesana Rayane Silva, Mizael Moreira Silva e Clélio Cabral do Ó. Estes três últivos já foram alvos de denúncias.
Conforme o texto, Joel "atuava como operador financeiro em caráter habitual e profissional, realizando operações financeiras de variadas espécies para diversos clientes em todo o país e no exterior, dentre eles, a empresa Braiscompany".
A nova reclamação resulta da Operaçã Trade-Off, da Polícia Federal e do MPF, que desdobra da Operação Halving com mandados de prisão em São Paulo em outros estados. Entre os donos, Antônio segue preso e Fabrícia está em liberdade na Argentina.
Os procuradores sinalizaram que havia a prática de lavagem de dinheiro enquanto a empresa funcionava. A atuação contava com a troca de criptoativos em dinheiro em espécie ou o contrário. Segundo o documento "admite-se coautoria e participação".
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Momento da prisão dos donos da Braiscompany
No dia 1º de março de 2024, o Ministério de Segurança da Argentina compartilhou em suas páginas oficiais nas redes sociais os momentos da prisão de Antonio Ais e Fabrícia Campos, conhecidos como casal Braiscompany. De acordo com a publicação oficial, a Interpol e a Polícia Federal Argentina prenderam os brasileiros.
A captura foi resultado de tarefas de inteligência, que possibilitaram descobrir a identidade falsa adotada por Antonio Ais quando entrou no país. O casal foi detido na localidade de Escobar, Província de Buenos Aires, após a polícia rastrear suas despesas e movimentos.
Relembre o caso
Antonio Inácio Da Silva Neto e Fabrícia Farias eram sócios da empresa de criptoativos Braiscompany, com sede na Paraíba, e estão sendo investigados por suposta prática de pirâmide financeira. A Polícia Federal brasileira realizou uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (1º), em João Pessoa, para detalhar as prisões do casal, efetuadas na última quinta-feira (29).
O processo de extradição já foi iniciado e deve durar aproximadamente três meses para ser concluído. Antônio Neto e Fabrícia Campos já foram condenados por crimes contra o sistema financeiro, com penas de 88 anos e 7 meses para Antônio, e 61 anos e 11 meses para Fabrícia. Outros nove réus também foram condenados.
O casal era considerado foragido desde fevereiro de 2023, quando ocorreu a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal, que investigou crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. A operação teve como alvo a sede da Braiscompany e locais associados em Campina Grande, João Pessoa e São Paulo. Cerca de R$ 15,3 milhões foram bloqueados em contas ligadas à empresa, que movimentou aproximadamente R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos, segundo a Polícia Federal.
Em uma entrevista exclusiva à TV Tambaú/SBT, uma ex-funcionária da Braiscompany detalhou a rotina dentro da empresa, evidenciando atrasos nos salários e um ambiente de megalomania, com os donos Antônio e Fabrícia buscando constantemente o centro das atenções.