Estudo alerta para risco de inundação em 12% do município do Conde, na Paraíba
Durante o programa Tambaú Debate, apresentado por Josival Pereira, o professor CelsoSantos explicou os resultados de sua pesquisa
Um estudo realizado pelo professor Celso Santos, da Universidade Federal da Paraíba, trouxe à tona um alerta preocupante: cerca de 12% do território do município do Conde, na Paraíba, corre o risco de inundação devido a problemas de erosão costeira. Durante o programa Tambaú Debate, apresentado por Josival Pereira, Santos explicou os resultados de sua pesquisa, destacando a importância de trazer a ciência universitária para a conscientização pública.
O professor mencionou que, embora o problema seja mais evidente em locais com alto poder econômico, como a costa leste dos Estados Unidos, a erosão costeira afeta várias regiões do mundo, incluindo a Índia e o litoral brasileiro. Na Paraíba, especialmente em João Pessoa e no Conde, o avanço do mar e a diminuição da área de praia são questões críticas.
O estudo, que teve início inspirado em pesquisas realizadas na Índia, analisou imagens de satélite desde 1984 até 2019. Ele revelou que João Pessoa tem uma tendência de crescimento em direção ao sul, aproximando-se do município do Conde. Com o potencial de desenvolvimento imobiliário da região, a pesquisa visa auxiliar no planejamento urbano e na prevenção de desastres.
Entre as análises realizadas, o estudo abrangeu a dinâmica da linha costeira, previsões para o futuro e o risco de inundação devido ao aumento do nível do mar.
O professor Santos explicou que a pesquisa envolveu uma equipe multidisciplinar, incluindo profissionais da geologia e da informática, que realizaram análises sobre a dinâmica e a projeção futura da erosão e inundação na região. Ele ressaltou que áreas como a Praia do Amor, Jacumã, Carapibus e Tambaba são as mais vulneráveis a esses eventos.
Um dos principais pontos levantados foi o impacto do aquecimento global na elevação do nível do mar, tornando essas áreas costeiras ainda mais propensas a inundações. Santos enfatizou a necessidade de um zoneamento urbano adequado para evitar construções em áreas de risco.
O estudo, publicado em uma renomada revista científica, despertou interesse não apenas das autoridades locais, mas também de pesquisadores de outras regiões costeiras do país, como Sergipe. O professor reforçou a importância de ações preventivas e de um debate amplo sobre o desenvolvimento urbano sustentável.
Além disso, Santos alertou para outros problemas ambientais, como o afundamento do solo devido à exploração do lençol freático e ao processo de impermeabilização causado pelo asfaltamento. Ele concluiu ressaltando a necessidade de os candidatos às eleições municipais incluírem em seus debates o planejamento urbano e a preservação ambiental, visando tornar as cidades mais resilientes às mudanças climáticas e aos fenômenos naturais.
