Quem já teve dengue tem mais risco de desenvolver formas graves? Infectologista explica
O médico infectologista Fernando Chagas foi o convidado do programa Tambaú Debate
O programa Tambaú Debate, na TV Tambaú, apresentado por Josival Pereira, recebeu, nesta segunda-feira (26), o médico infectologista e professor Fernando Chagas. Durante o programa, o Dr. Fernando Chagas discutiu a situação da dengue no Brasil, destacando a importância da prevenção e explicando a complexidade do combate a essa doença.
O médico ressaltou que a dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e que, diferentemente da COVID-19, não se transmite diretamente de pessoa para pessoa. Ele enfatizou a necessidade de combater não apenas a doença nas pessoas, mas também o mosquito vetor.
Dr. Fernando Chagas alertou para a gravidade da situação atual da dengue no Brasil, mencionando que todos os quatro tipos de vírus da dengue estão circulando no país simultaneamente, o que nunca havia acontecido antes. Isso tem levado a um aumento significativo no número de casos e mortes pela doença.
O infectologista também abordou a questão das fake news, desmentindo informações falsas que circulam na internet, como a ideia de que os mosquitos já nascem com o vírus da dengue. Ele destacou a importância de educar a população sobre os cuidados necessários para prevenir a proliferação do mosquito.
Além disso, Dr. Fernando Chagas explicou que pessoas que já tiveram dengue no passado têm um risco maior de desenvolver formas graves da doença em casos de novas infecções. Ele ressaltou a necessidade de atenção especial a esses casos para evitar complicações.
O médico também comentou sobre a vacinação contra a dengue, destacando que, atualmente, não existe uma vacina disponível para prevenir a doença. Ele enfatizou a importância de medidas como o controle do vetor e a eliminação de criadouros do mosquito como as principais estratégias de combate à dengue.
Chagas abordou os principais aspectos relacionados à eficácia, disponibilidade e estratégias de imunização contra essa doença que assola diversas regiões do Brasil.
A vacina contra a Dengue foi o foco central da conversa, destacando-se como uma ferramenta essencial no combate a essa enfermidade que, historicamente, tem impactado a saúde pública. Chagas enfatizou que o Brasil perdeu a guerra contra o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da Dengue, e que a naturalização da doença se tornou uma realidade preocupante. No entanto, ele ressaltou que, agora, com a disponibilidade da vacina, surge uma nova perspectiva no enfrentamento desse desafio.
Durante a entrevista, o infectologista esclareceu que a vacina contra a Dengue possui uma eficácia significativa, com uma taxa de 85% de prevenção contra a doença após a aplicação das duas doses. Além disso, ele destacou que a vacina é especialmente importante para grupos de maior vulnerabilidade, como idosos e crianças, que costumam ser mais afetados pela forma grave da Dengue.
Entretanto, apesar dos benefícios da vacina, Chagas alertou para a escassez de doses disponíveis, o que tem limitado sua distribuição, especialmente para crianças. Ele explicou que a produção da vacina ainda não é suficiente para atender à demanda, o que tem gerado preocupações quanto à imunização efetiva da população.
O infectologista também abordou a situação epidemiológica em diferentes regiões do país, destacando que estados considerados mais desenvolvidos, como Brasília e Minas Gerais, têm enfrentado surtos preocupantes da doença. Ele ressaltou que a Dengue não faz distinção socioeconômica e que é essencial intensificar as medidas de prevenção e controle em todas as áreas afetadas.
Diante desse cenário, Chagas reforçou a importância da vacinação em massa, especialmente entre os grupos de maior risco, e destacou a necessidade de uma ação coletiva para conter a propagação da Dengue. Ele enfatizou que a população deve estar atenta aos sintomas da doença, como febre alta, dores musculares e manchas na pele, e buscar atendimento médico adequado ao primeiro sinal de suspeita.
Por fim, o infectologista encerrou a entrevista com um apelo à conscientização e colaboração de todos na luta contra a Dengue, ressaltando que a prevenção e a imunização são fundamentais para evitar a propagação da doença e proteger a saúde pública.