Entenda por que hemorragia não é o principal sintoma da dengue grave
O termo dengue hemorrágica, na verdade, deixou de ser usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009
Popularmente conhecido como dengue hemorrágica, o agravamento da dengue se caracteriza por uma queda acentuada de plaquetas – fragmentos celulares produzidos pela medula óssea que circulam na corrente sanguínea e ajudam o sangue a coagular – e que geralmente leva ao extravasamento grave de plasma. O termo dengue hemorrágica, na verdade, deixou de ser usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, uma vez que a hemorragia, nesses casos, nem sempre está presente.
De acordo com as diretrizes publicadas pela OMS, as autoridades sanitárias atualmente distinguem as infecções basicamente entre dengue e dengue grave. Enquanto os casos de dengue não grave são subdivididos entre pacientes com ou sem sinais de alerta, a dengue grave é definida quando há vazamento de plasma ou de acúmulo de líquidos, levando a choque ou dificuldade respiratória. Pode haver ainda sangramento grave e comprometimento de órgãos como fígado e até mesmo o coração.
A OMS diz que, de 2009 em diante, a magnitude do problema da dengue no mundo aumentou de forma dramática, além de se estender, geograficamente, a muitas áreas anteriormente não afetadas pela doença. A avaliação da entidade é que a dengue foi e permanece sendo, ainda hoje, a mais importante doença viral humana transmitida por artrópodes – grupo de animais invertebrados que inclui o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Atualmente, a classificação de gravidade clínica para a dengue definida pela OMS e seguida pelo Ministério da Saúde no Brasil é a seguinte:
- Dengue sem sinais de alarme
- Dengue com sinais de alarme
- Dengue grave
O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), está alertando pais e responsáveis para a vacinação contra a dengue nos 14 municípios em que ocorre a aplicação do imunizante. Em uma semana, foram aplicadas 3.223 doses, com cobertura de 3%, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde (MS), extraídos em 26 de fevereiro de 2024, às 9h. A população alvo está estimada em 92.380 crianças e adolescentes e, até o momento, já foram distribuídas 37.040 doses.
De acordo com a chefe do Núcleo de Imunizações da SES, Márcia Mayara, a SES está realizando o monitoramento diário das doses aplicadas nos 14 municípios, por meio do sistema de informação de imunização do MS. Ela observa que os números refletem uma baixa procura da vacina nas unidades e alerta aos pais e responsáveis para levarem seus filhos em um posto de saúde.
“Enquanto SES, recomendamos que, além da oferta das vacinas nos postos de saúde, os municípios tracem estratégia de vacinação para alcançar esse público, como por exemplo a vacinação nas escolas”, pontua.
Márcia Mayara lembra que essa é mais uma tecnologia que existe para a prevenção da dengue. Mas reforça que os cuidados precisam ser diários, pois os focos do mosquito Aedes Aegypti, na grande maioria, são encontrados dentro de casa, quintais e jardins. Por isso, a importância de as famílias não esquecerem que o dever de casa no combate ao mosquito é permanente.
A população alvo para a vacinação é formada por crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, que têm o maior número de hospitalização por dengue. O esquema é de duas doses com intervalo de três meses entre elas. Os critérios para a escolha dos 14 municípios foram aqueles de grande porte com alta transmissão nos últimos 10 anos, com predominância do sorotipo DENV-2 e com maior número de casos no monitoramento 2023/2024. A vacina está sendo aplicada em João Pessoa, Santa Rita, Cabedelo, Bayeux, Conde, Caaporã, Sapé, Alhandra, Pitimbu, Cruz do Espírito Santo, Lucena, Mari, Riachão do Poço e Sobrado.