Saiba quais medicamentos não são indicados no tratamento contra dengue
Brasil já registrou mais de 550 mil casos prováveis da doença em 2024
O Brasil pode bater recorde de casos de dengue em 2024. Todos os dias, são registrados novos diagnósticos — o que faz com que muitos pacientes recorram à automedicação. A prática, no entanto, pode provocar consequências graves. Há remédios vetados no tratamento da doença, por serem capazes de provocar hemorragias.
O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que o ácido acetilsalicílico, como o AAS, e os anti-inflamatórios precisam ser vetados em caso de dengue.
"Anti-inflamatório, remédios à base de corticoide, ou mesmo medicamentos antibióticos, não trazem nenhum benefício e podem trazer riscos. A dengue é uma doença que, quando evolui para a sua forma mais grave, hemorrágica, pode comprometer o funcionamento do fígado, dos rins, da coagulação sanguínea com o uso desses medicamentos", diz o especialista.
O Brasil vive um aumento expressivo da dengue. Já são 555.583 casos prováveis e 94 mortes confirmadas, de acordo com o Ministério da Saúde.
Durante o tratamento, é importante que o paciente beba muita água e somente faça uso de analgésico e dipirona para aliviar as dores. Os médicos alertam para o possível agravamento do quadro clínico, caso a pessoa infectada tente se curar por meio de receitas caseiras, geralmente divulgadas na internet.
"Chás, sucos, plantas, fitoterápicos, além de não trazer benefício, criam a falsa sensação de que está sendo tratado, medicado, e retardam o tratamento médico quando muitas vezes é necessário", destaca Kfouri.