Suspeita de envenenar PM sofreu violência diz delegada: "Provas robustas"
A delegada Amin Oliveira afirmou que o laudo pericial revelou lesões nas coxas e nos braços de Israely
A Promotoria Pública da Paraíba segue acompanhando de perto os desdobramentos do caso que envolve a jovem Israely e o Cabo Gomes, da Polícia Militar. O Ministério Público acatou o pedido da defesa de Israel, alegando a insuficiência de provas para comprovar a acusação de tentativa de homicídio por envenenamento.
A situação ganhou destaque quando Israely foi presa sob a suspeita de ter tentado envenenar seu ex-namorado, um Cabo da Polícia Militar. A defesa argumenta que o laudo ainda não foi concluído, e, portanto, não existem evidências suficientes para sustentar a acusação.
A delegada Amin Oliveira, da Delegacia da Mulher em Bayeux, região metropolitana de João Pesssoa, informou , nesta sexta-feira (26), que durante a investigação do suposto envenenamento, Israely revelou ser vítima de violência doméstica por parte do policial militar.
Amin afirmou que o laudo pericial revelou lesões nas coxas e nos braços de Israely, corroborando suas alegações de violência física. A delegada afirmou que a jovem vinha sofrendo abusos há muito tempo, mas somente decidiu denunciar após o episódio em que flagrou o ex-companheiro com outra mulher.
A delegada completou afirmando que a violência física e psicológica sofrida por Israely foi apresentada com fotos e vídeos que comprovam as agressões. A mãe da vítima também foi ouvida, corroborando o relato de ameaças por parte do cabo da PM.
A delegado disse que a situação se complicou ainda mais quando o policial militar, ao perceber que seria denunciado, teria tramado a situação do envenenamento para incriminar Israely. Amin Oliveira ressaltou que a investigação visa apurar a violência doméstica e que há evidências robustas nesse sentido.
Ao ser questionada sobre o envenenamento, Israely negou, afirmando que jamais teria capacidade para cometer tal ato. A delegada informou que medidas de proteção foram solicitadas para garantir a integridade de Israely, que, agora em liberdade, poderá processar o ex-companheiro caso se prove a sua inocência no episódio do envenenamento.
Israely, com o alvará de soltura em mãos, após passar nove dias presa na penitenciária Maria Júlia Maranhão, ganhou liberdade e foi recebida pela família e por algumas pessoas da cmonuindade onde vive, no Mário Andreazza, em Bayeux.
A versão do policial
Em resposta às acusações, o cabo Ricardo Gomes expôs sua versão dos acontecimentos, revelando um episódio de invasão e tentativa de envenenamento. Ele afirmou que a ex-namorada invadiu sua residência e tentou envenená-lo. Segundo ele, o relacionamento já estava encerrado há algum tempo, e a ex-companheira não aceitava o término.
"Conversei com ela e expliquei que não dava para continuar. Ela invadiu minha casa diversas vezes, e, em uma delas, deixou veneno na água que eu costumo beber. Por sorte, não consumi o líquido contaminado", relatou o cabo.
Gomes alega ter bloqueado Israely em todas as redes sociais e tentado resolver a situação de maneira pacífica, mas sem sucesso. "Ela não aceitava seguir em frente e chegou ao ponto de invadir minha residência e colocar minha vida em risco", disse o militar.
Os advogados de Israely, por sua vez, contestam as alegações de Gomes. Em comunicado oficial, afirmam que sua cliente está sendo injustamente acusada e que a perícia na garrafa de água ainda não foi concluída.
A defesa de Israely também questiona a divulgação de vídeos nas redes sociais que mostram supostas invasões à casa do cabo. Gomes alega ser o responsável pela divulgação, justificando que o fez para evidenciar como a ex-namorada teria entrado em sua residência.
A Polícia está investigando o caso, e a perícia na garrafa de água será decisiva para esclarecer os fatos.
O Ministério Público continuará acompanhando o desenrolar do caso, e a justiça decidirá sobre possíveis novas medidas, incluindo uma eventual prisão preventiva do cabo da PM.