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Dia da acessibilidade

Falta de acessibilidade dificulta vida de pessoas com deficiência em João Pessoa

Assessor técnico da Funad diz que as pessoas com deficiência não são protagonistas nas pautas de acessibilidade

Por Rinaldo Pedrosa Publicado em
Falta de acessibilidade prejudica a vida de quem mais precisa
Falta de acessibilidade prejudica a vida de quem mais precisa (Foto: Agência Brasília/Reprodução)

Já virou clichê falar que todas as pessoas são iguais perante a Lei quando se fala em direitos. Mas também não é novidade que essa igualdade não é garantida a todos. Para quem possui algum tipo de deficiência, por exemplo, existem muitas barreiras que dificultam o acesso e a inclusão em diversas dimensões, sejam elas física, tecnológica, comunicacional, entre outras.

Em João Pessoa, uma das ferramentas de acessibilidade que mais é alvo de críticas por parte dos usuários são as plataformas elevatórias nos ônibus do transporte público. Ao Portal T5, pessoas que se locomovem em cadeiras de rodas - que precisam dessas plataformas para entrar nos ônibus - contaram as dificuldades que enfrentam diariamente.

Hellosman de Oliveira é técnico da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad). Ele explica que a acessibilidade é de suma importância para que pessoas com algum tipo de deficiência possam ser incluídas em atividades básicas, como ir à escola, ao posto médico e fazer compras. "Infelizmente a pessoa com deficiência não é protagonista no que tange a discutir uma agenda de políticas públicas que traga a intersectoralidade, que traga a transversalidade de políticas públicas e principalmente a construção de uma agenda que elabore políticas públicas de acessibilidade para todos os paraibanos com e sem deficiência."

Elayne Vivian, 28 anos, tem deficiência física. Moradora do Bairro das Indústrias, precisa, com frequência fazer um percurso de aproximadamente 15 quilômetros para o local onde estuda confeitaria. Para isso, utiliza o transporte público, mas o desafio é maior pela falta de acessibilidade.

“A gente sofre. Passam vários ônibus quebrados, as plataformas não funcionam. Muitas vezes estamos no sol esperando algum ônibus. É um absurdo. Quando vem um ônibus que a plataforma tá funcionando, por incrível que pareça, alguns motoristas não sabem manusear corretamente. É complicado”

Assim como Elayne, vários usuários também reclamam da falta de acessibilidade no transporte público de João Pessoa. Erick Gabriel é um deles. Ele é paratleta e constantemente precisa dos ônibus públicos para ir aos treinos de basquete, mas nem sempre é possível. "Eu pego o ônibus da Avenida Pedro II para ir ao Valentina. A chance de pegar um ônibus quebrado é muito grande. Tem dias que eu fico cerca de duas horas esperando um transporte com uma rampa que funcione", afirma.

"Quando eu peço a parada, os motoristas só fazem o sinal de negativo, dizendo que a rampa está quebrada", completou.

Dia da acessibilidade

Nesta terça-feira (5) é celebrado o Dia da Acessibilidade. A data tem o objetivo de conscientizar e estimular a construção de uma sociedade inclusiva, que promova igualdade de oportunidades para todas as pessoas.

E é importante lembrar que garantir acessibilidade é um dever de toda a sociedade que sonha ser mais justa e inclusiva.

O que diz o Sintur-JP?

Procurado pela reportagem, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de João Pessoa (Sintur-JP) afirmou que todos os ônibus saem da garagem com os elevadores funcionando e disse que são feitas manutenções periódicas nas plataformas. "Durante o percurso, na eventualidade de haver algum problema, o motorista comunica à manutenção e a equipe é acionada. Caso não seja reparado no local, ao final da viagem, o ônibus é substituído", diz a nota enviada ao T5.

Ainda de acordo com o Sintur, os motoristas de ônibus do transporte público passam por treinamento de acessibilidade. Neste ano, esse curso foi realizado em julho.

Ronne Nunes, presidente do Sindicato dos Motoristas de Ônibus de João Pessoa, confirmou o treinamento realizado com os motoristas. De acordo com ele, diariamente os profissionais verificam se as rampas de acesso estão funcionando corretamente e que o veículo só é autorizado a sair da garagem caso o equipamento esteja funcionando.

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