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Defesa diz que padre Egídio vai explicar acusações às autoridades

O advogado optou por não comentar as acusações feitas por Samuel Segundo

Por Carlos Rocha Publicado em
Polícia Civil investiga furto de celulares doados a hospital na Paraíba
Polícia Civil investiga furto de celulares doados a hospital na Paraíba (Foto: Divulgação/Hospital Padre Zé)

O caso de suposto desvio de recursos do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, tem sido destaque nos últimos dias. Alegações e acusações recentes levantaram questionamentos sobre o padre Egídio de Carvalho, ex-diretor da unidade de saúde. Para esclarecer o andamento do caso e a perspectiva da defesa, o advogado de defesa do Padre Egídio, Sheyner Asfora, comentou os últimos acontecimentos.

A defesa do Padre Egídio optou por não comentar as acusações feitas por Samuel Segundo, ex-funcionário do Hospital Padre Zé. Sheyner Asfora explicou que a defesa tem adotado a postura de não fazer declarações à imprensa sobre o conteúdo das investigações. Além disso, ele mencionou que o processo está em segredo de justiça, o que impede a divulgação de detalhes específicos.

O advogado enfatizou que desde o momento em que padre Egídio tomou conhecimento da investigação em curso, ele se apresentou voluntariamente às autoridades competentes para prestar seu depoimento. Até o momento, ele não foi convocado para prestar declarações.

Uma das questões levantadas diz respeito ao patrimônio do padre Egídio, e se ele poderia ter sido adquirido com recursos desviados do hospital. Sheyner Asfora ressaltou que o próprio padre Egídio irá esclarecer todas as questões perante as autoridades competentes quando for solicitado a fazê-lo. A defesa orienta que ele não se pronuncie publicamente antes de se apresentar oficialmente perante os promotores de justiça que conduzem o processo investigatório.

Sobre o paradeiro de Padre Egídio, Sheyner Asfora informou que ele não está foragido. Desde o início das investigações, as autoridades competentes têm conhecimento de sua localização, que é na cidade do Recife. Ele estava na cidade para acompanhar o tratamento de saúde de sua mãe na UTI, que não está mais hospitalizada, mas permanece na capital pernambucana.

O advogado destacou que Padre Egídio não tem interferido nas investigações, não fazendo contato com outros investigados, testemunhas ou qualquer pessoa que possa obstruir o andamento do processo. Ele está à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.

A acusação

O ex-funcionário de Padre Egídio, Samuel Rodrigues Cunha Segundo, investigado por furto no Hospital Padre Zé, denunciou neste sábado (21) ter sido ameaçado de morte. Em entrevista coletiva à imprensa, Samuel divulgou prints de e-mails recebidos de uma conta anônima com ameaças. De acordo com ele, foram essas mensagens que o fizeram falar pela primeira vez sobre as investigações.

“Quem fala muito, morre com a boca. Já foi longe demais. Cuidado”, diz um dos e-mails. “Se ainda tiver tempo, pensa antes de abrir a boca. Até breve”, completa outra mensagem.

Samuel Segundo, que trabalhava no setor de Tecnologia da Informação do Hospital Padre Zé, foi demitido por justa causa da unidade de saúde, no início de setembro. O desligamento ocorreu após a denúncia do padre Egídio de Carvalho Neto à Polícia Civil. Ele foi indiciado pelo furto de aparelhos celulares doados pela Receita Federal ao Hospital Padre Zé.

Neste sábado (21), Samuel afirmou: “não houve furto. Padre Egídio autorizou a venda dos 270 aparelhos eletrônicos que estavam na sala dele e entregar o valor em espécie a ele”. Ainda em entrevista, Samuel disse que só vendeu os aparelhos porque era "um empregado" e obedecia ordens.

Conforme a declaração do ex-funcionário do hospital, o Padre Egídio recebeu em espécie cerca de R$ 200 mil pela venda dos celulares e ele, Samuel, teria recebido aproximadamente R$ 20 mil. O valor teria sido entregue ao padre no apartamento dele, à beira-mar do Cabo Branco, em João Pessoa.

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