Afogamentos causam 5,7 mil mortes por ano no país, diz levantamento
Dados são da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático
A Praia de Barra de Gramame Norte, em João Pessoa, foi cenário de uma nova tragédia por afogamento na manhã deste domingo (10). O incidente, que resultou na morte de um homem, ocorreu quando a vítima tentava recuperar uma bola. ele mergulhou próximo ao ponto de encontro do Rio Gramame com o mar, mas não conseguiu retornar à margem.
Testemunhas relataram que equipes de resgate do SAMU e do Corpo de Bombeiros foram acionadas e fizeram todos os esforços para reanimar o homem, que foi resgatado inconsciente. Por aproximadamente uma hora, as equipes aplicaram protocolos de primeiros socorros, mas não conseguiram salvar a vida da vítima, que morreu no local.
Este incidente ocorreu cerca de 40 dias após outra fatalidade por afogamento na mesma região. No dia 1º de agosto, Maria Clara, de 14 anos, perdeu a vida nas águas agitadas da praia. Naquela ocasião, outras duas pessoas foram resgatadas com vida após serem arrastadas pela forte correnteza. O afogamento aconteceu por volta das 10h da manhã, e a ação do Corpo de Bombeiros foi essencial para salvar as duas vítimas sobreviventes.
A Praia de Barra de Gramame Norte é conhecida por suas condições perigosas de maré e atualmente não dispõe de guarda-vidas. O Tenente Vandenberg, do Corpo de Bombeiros, fez uma recomendação à população para que frequente locais onde a presença de guarda-vidas seja garantida, a fim de evitar tragédias semelhantes. Ele também enfatiza que postos de guarda-vidas são implantados em áreas onde atividades aquáticas são mais comuns, visando a segurança dos banhistas.
Dados sobre afogamentos no país
De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, o Brasil registra anualmente cerca de 5,7 mil mortes devido a afogamentos em balneários, rios e piscinas. Essa triste realidade é atribuída em grande parte à imprudência por parte dos banhistas, que muitas vezes ignoram medidas de segurança cruciais.
Entre as principais causas de afogamento destacam-se a saída das áreas de segurança designadas, o consumo de bebidas alcoólicas em piscinas e a falta de respeito às placas de sinalização que indicam perigos. Estes erros, segundo especialistas, resultam em tragédias que poderiam ser evitadas.
Segundo a organização, é fundamental que os banhistas estejam atentos aos sinais de advertência e monitorem de perto as atividades das crianças na água, utilizando dispositivos de segurança, como boias, quando necessário.
O senador Eduardo Gomes (PL-TO) apresentou um projeto de lei que propõe a implementação de requisitos de segurança mais rigorosos para a construção e instalação de piscinas. Entre as medidas, destaca-se a obrigatoriedade de barreiras físicas e sinalização de áreas perigosas. O principal objetivo é prevenir o afogamento infantil. O projeto já passou por debate na Comissão de Direitos Humanos.
Márcio Morato, representante da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, ressaltou que as medidas propostas no projeto são cruciais para a redução do número alarmante de afogamentos com mortes no Brasil.
Atualmente, o país enfrenta a estatística de dezesseis brasileiros morrendo afogados diariamente, com quatro crianças perdendo suas vidas da mesma forma a cada dia. Em média, a cada noventa minutos um brasileiro se torna vítima de afogamento, e a cada três dias, uma criança morre afogada dentro de sua própria residência. Esse cenário é ainda mais preocupante quando se considera que o afogamento é a principal causa de óbito em crianças com idades entre um e quatro anos.
Há ainda a proposta que pretende criar o Dia Nacional de Prevenção do Afogamento Infantil. Atualmente, o projeto aguarda o parecer do senador Izalci Lucas, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) do Distrito Federal.
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