Marcha em Brasília homenageia Margarida Maria Alves nesta terça (15)
Ação reivindica pautas divididas em 13 eixos no escopo dos direitos humanos.
Brasília é palco nesta terça-(15) da 7ª Marcha das Margaridas, evento coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e que leva o nome em referência à paraibana Margarida Maria Alves. Cerca de 100 mil mulheres do campo, da floresta, águas e cidades são aguardadas. O evento deve reunir representantes de pelo menos 33 países. Da Paraíba, cerca de 300 mulheres embarcaram com destino à capital federal no fim de semana com objetivo de participar da marcha.
O objetivo é de levar conscientização sobre a importância do papel feminino na sociedade. Segundo a Contag, a marcha é a maior ação política de mulheres da América Latina.
Quem foi Margarida Maria Alves?
A paraibana natural de Alagoa Grande, no Brejo do estado, foi uma trabalhadora rural e sindicalista. Esteve, inclusive, como uma das primeiras mulheres a dirigir um sindicato no país. A marcha, criada em 2000, leva seu nome em razão da atuação como defensora dos direitos humanos e de melhores condições aos trabalhadores do campo. A líder sindical lutava por direitos básicos dos trabalhadores rurais, como carteira de trabalho assinada, jornada de oito horas, férias e 13º salário.
Margarida foi assassinada por um matador de aluguel a mando de latifundiários em 12 de agosto de 1983, aos 50 anos de idade, na porta de sua casa em Alagoa Grande. Foram mencionados como mandantes o usineiro Aguinaldo Veloso Borges, latifundiário e proprietário da Usina Tanques, e seu genro José Buarque de Gusmão Neto (Zito Buarque).
A reivindicação da 7ª Marcha das Margaridas divide-se 13 eixos políticos:
- Democracia participativa e soberania popular;
- Poder e participação política das mulheres;
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
- Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;
- Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
- Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;
- Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
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