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Políticos agiam com facção para expulsar moradores de casas, investiga MPPB

Suposta participação de servidores públicos é investigada pelo Gaeco, em João Pessoa

Por Juliana Alves Publicado em
Gaeco deflagrou a operação Incoerências nesta quinta (6)
Gaeco deflagrou a operação Incoerências nesta quinta (6) (Foto: Divulgação/Gaeco)

A suposta participação de agentes públicos em um esquema criminoso, que expulsava moradores para ocupar casas em comunidades de João Pessoa, é investigada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO) na Paraíba. De acordo com o coordenador do Gaeco, Octávio Paulo Neto, não só agentes públicos como também políticos podem ter apoiado a atuação da facção criminosa na capital paraibana.

Em áudio divulgado à imprensa, o promotor de Justiça explicou que a investigação agora tenta entender a dinâmica do grupo criminoso. "A gente tem desenvolvido esse esforço com a finalidade de tentar entender a mecânica e se contrapor, efetivamente, aos movimentos que contrariam a legislação e expropriam a população dos seus direitos”, afirmou.

Porque o que é mais grave é que os faccionados têm expropriado as pessoas que têm direito à moradia para se servirem deste para se capitalizarem e monetizarem sobre esses direitos -  e isso muitas vezes com o apoio de agentes públicos e também políticos, disse o coordenador do Gaeco.

O Portal T5 solicitou os nomes dos envolvidos ao MPPB, mas os dados não foram enviados.

Operação Incoerência

O grupo de criminosos suspeito de retirar moradores para ocupar casas em comunidades de João Pessoa se tornou alvo de uma operação do Gaeco nesta quinta-feira (6). As ações policiais aconteceram na comunidade Tito Silva, no bairro Miramar, com ramificações na comunidade Laranjeiras e nos bairros José Américo e Funcionários III.

De acordo com o Ministério Público da Paraíba, o grupo criminoso burlou os objetivos do “Programa João Pessoa Sustentável”, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, que oferecia aos moradores de áreas de risco duas opções: realocação para moradias oferecidas pela prefeitura ou indenização de R$ 115 mil.

O grupo pretendia receber as indenizações ou até mesmo alugar os imóveis desapropriados, causando medo entre os moradores que se opunham aos criminosos.

Ao todo, cerca de 250 agentes participam das incursões para cumprimento de 62 mandados judiciais de Busca e Apreensão. Eles estão divididos em 49 equipes. Os mandados são relacionados a 54 pessoas, em 41 endereços.

O que diz a prefeitura

Em nota, o programa João Pessoa Cidade Sustentável confirmou que alguns imóveis desocupados em áreas de risco nas comunidades do Complexo Beira Rio foram reocupados por pessoas ligadas ao tráfico de drogas. "A prefeitura tem trabalhado em uma frente ampla com várias secretarias, apoio da Polícia Militar e demais órgãos de Segurança Pública para evitar a reocupação dessas áreas, atuando, inclusive, na demolição desses imóveis, bem como estudando estratégias para tratar do problema".

Sobre as famílias da comunidade, a prefeitura informou que as pessoas que vivem em situação de risco foram devidamente cadastradas. "Além de retirar pessoas em áreas de risco, o programa busca assegurar segurança social para todos. Nessa situação estão as famílias que estão no aluguel emergencial de transição, que serão beneficiadas com casa própria e demais ações do Programa João Pessoa Cidade Sustentável".

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