Álcool na cozinha põe vidas de mãe e filha em risco; Bombeiros fazem alerta
Uma grávida de 33 anos foi socorrida com 40% do corpo queimado após utilizar o material, em Campina Grande
O uso do álcool para cozinhar tem prejudicado famílias em vulnerabilidade social. Em Campina Grande, no Agreste da Paraíba, uma grávida de 33 anos está internada, desde a última sexta-feira (28), em estado grave, no Hospital de Emergência e Trauma, após utilizar o material para substituir o gás tradicional. A filha, de 15 anos, também sofreu queimaduras. Ela também está internada e tem quadro clínico considerado estável.
O Corpo de Bombeiros alerta para os perigos de utilizar materiais alternativos para cozinhar. "O álcool, por ser em líquido, é mais fácil de tocar na pele do que o gás. Segundo, a volatilidade dele. Qualquer coisa ele pega fogo, é tanto que ele evapora bem rápido. Como o pessoal acaba usando para fazer o gás, em uma situação que não tem proteção, acaba gerando muitos acidentes. As queimaduras são de 2º a 3º grau.", afirmou o sargento Vanderson ao Portal T5.
A grávida sofreu queimaduras em 40% do corpo e está em estado grave, precisando ser reavaliada ao longo da semana, explicou o cirurgião geral, Caio Guimarães. "Ela chegou com queimaduras no corpo e na face. Ela precisou ser entubada e segue na UTI. O bebê foi avaliado e segue bem, mas seguimos fazendo o acompanhamento dos dois. Ainda não tem prognóstico de alta." Ainda segundo o médico, a filha sofreu apenas queimaduras leves e deve receber alta ao longo da semana.
De acordo com relatos da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que foi acionada para a ocorrência, as vítimas contaram que estavam cozinhando em casa quando o gás acabou. Em uma tentativa de acender o fogo, mãe e filha utilizaram álcool, o que resultou em uma explosão que causou as queimaduras.
Em caso de queimaduras, o bombeiro informa qual procedimento deve ser adotado para os primeiros socorros. "Todo procedimento padrão, primeiramente é necessário jogar água corrente na temperatura ambiente, nada de água fria. Enquanto a água tá passando, ela vai trocando calor com a parte queimada, consequentemente diminui a queimadura e já começa ajudar na cicatrização. Depois disso, tem que ir para emergência. Principalmente se for área de perigo, que é a face, tórax e genitália."
Por fim, o bombeiro afirma que, a nível doméstico, é difícil encontrar materiais que possam substituir o gás de cozinha. "O que pode ser usado é a eletricidade, porque hoje em dia a maioria dos equipamentos são elétricos. Porém, em uma situação de escala maior, seja uma fábrica ou uma fazenda, é comum usar o biodigestor, que é quando se pega materiais orgânicos, principalmente fezes e, através da oxidação dele, é gerado o metano, que pode ser usado como gás.", finalizou.
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