Operação que investiga advogados por corrupção cumpre mandados na PB
Além da Paraíba, os mandados são cumpridos também em outros sete estados brasileiros
Advogados, vereadores e servidores públicos são investigados por corrupção e participação em uma organização criminosa em vários estados do Brasil. Em João Pessoa, o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) integrou uma operação contra os investigados nesta quarta-feira (5). Ao todo, as forças de segurança cumprem 39 mandados de prisão preventiva e de 51 mandados de busca e apreensão.
Além da Paraíba, os mandados são cumpridos também nos estados de Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Piauí. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 4ª Vara Criminal de Competência Residual da comarca de Campo Grande. O Portal T5 entrou em contato com o MPPB, mas a assessoria não soube informar quantos mandados foram cumpridos na Paraíba.
As pessoas envolvidas no esquema criminoso são investigadas pela prática dos crimes de integrar organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso. O trabalho investigativo identificou duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário (praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados).
As organizações criminosas obtêm procurações de idosos, pessoas com deficiência e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência; quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras. As investigações revelaram que os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade.
Ação integrada
Equipes dos Gaecos dos MPs da Bahia, de Goiás, de Mato Grosso, de Minas Gerais, da Paraíba, do Paraná e do Piauí, bem como do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e do Departamento de Operações de Fronteira – DOF prestaram apoio operacional ao Gaeco do MPMS. A operação contou também com a participação das Comissões de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil por todo o país.
Arnaque (tradução livre do francês: golpe) faz alusão aos métodos fraudulentos usados pelas organizações criminosas para enganar as vítimas.
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