Asfixiofilia: defesa de Jonathan diz que jovem foi morta durante modalidade sexual
Jonathan é acusado de assassinar a jovem em abril de 2021
Acusado de matar Patrícia Roberta, Jonathan Henrique permaneceu em silêncio durante interrogatório da acusação e do Ministério Público no julgamento que já dura mais de oito horas, no 1º Fórum Criminal de João Pessoa, nesta quinta-feira (25). O réu é acusado de assassinar a jovem em abril de 2021. À defesa, ele chegou a declarar que Patrícia foi morta enquanto eles mantinham relações sexuais, utilizando a prática de asfixiofilia. Segundo o jovem, a prática foi consensual.
Patrícia era residente de Caruaru, em Pernambuco, e viajou para João Pessoa, na Paraíba, para encontrar o amigo com quem estudou e conhecia desde a infância.
Um dia antes de ser assassinada, Patrícia conseguiu conversar com a mãe, relatando que Jonathan havia a mantido em cárcere privado. Após esse contato, a mãe não conseguiu mais se comunicar com a filha.
Durante uma entrevista à imprensa, a mãe de Patrícia compartilhou que, dias antes da viagem, a filha perguntou o que ela gostaria de ganhar de presente no Dia das Mães. Patrícia respondeu: "Tem presente melhor do que eu?". Às lágrimas, ela afirmou que jamais esquece essa frase da filha e que, esse sim, seria o maior presente que ela teria recebido naquele ano. Patrícia foi morta poucos dias antes da data comemorativa.
A defesa de Jonathan alega que ele e a vítima estavam envolvidos em relações sexuais que envolviam estrangulamento como fetiche, conhecido como asfixiofilia, para obter prazer sexual. Ele afirmou que ela teria realizado o procedimento nele no dia anterior e, no dia do crime, ele teria feito com ela, resultando em uma suposta morte acidental. Desesperado ao perceber que ela não apresentava sinais vitais, ele teria tentado ocultar o cadáver.
Na época, a perícia constatou que a vítima foi morta por estrangulamento.
A expectativa é que o veredicto seja lido nas próximas horas.
Paulo e Vera, pais de Patrícia Roberta, aguardam a condenação de Jonathan Henrique.
Segundo a mãe da vítima, ainda não caiu a ficha da morte da filha.
"Pra mim, ela só foi viajar e eu estou esperando voltar. Tudo que ele [Jonathan] fez foi premeditado. Não tinha nada de drogas ou bebedeiras. Eu acredito que o júri será formado por pais e mães e não tem justificativas para que ela não seja condenado com a pena máxima", declarou.
Paulo disse não desejar que "ninguém passe por aquilo que estamos passando. Mas, enquanto ele estiver preso, é menos um pra fazer mal à filha de cidadão nenhum".
A asfixiofilia
A asfixiofilia é uma prática sexual que envolve a restrição intencional da respiração como forma de intensificar o prazer sexual. Também conhecida como estrangulamento erótico ou jogo de sufocamento, essa atividade geralmente ocorre durante atos sexuais consensuais entre adultos.
Na asfixiofilia, uma das partes busca uma sensação de falta de oxigênio momentânea para aumentar a excitação sexual. Isso pode ser alcançado por meio de técnicas como pressionar o pescoço, cobrir o nariz ou boca, ou até mesmo utilizando dispositivos especiais projetados para restringir a respiração.
É importante ressaltar que a asfixiofilia apresenta riscos significativos para a saúde e segurança dos envolvidos. A privação de oxigênio pode levar a danos cerebrais, perda de consciência, arritmia cardíaca e até mesmo à morte acidental. Portanto, é essencial que qualquer pessoa que deseje explorar essa prática tome precauções adequadas e esteja bem informada sobre os riscos envolvidos.
É fundamental que a asfixiofilia seja realizada apenas com parceiros de confiança e com total consentimento mútuo. A comunicação clara e a definição de limites são indispensáveis para garantir a segurança de todos os envolvidos. Além disso, é recomendável que sejam estabelecidos sinais de segurança pré-determinados, para que a pessoa que está sendo asfixiada possa interromper a atividade a qualquer momento, caso necessário.
É válido ressaltar que a asfixiofilia não deve ser confundida com práticas não consensuais de violência ou abuso. Qualquer forma de violência, coerção ou atividade sexual sem consentimento é inaceitável e ilegal.
Em resumo, a asfixiofilia é uma prática sexual que envolve a restrição temporária da respiração para aumentar a excitação. No entanto, devido aos riscos envolvidos, é fundamental abordar essa prática com responsabilidade, comunicação clara e consentimento mútuo para garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.
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