Professor vence obesidade após bariátrica e aderir novo estilo de vida
Processo cirúrgico atende desejo de brasileiros que buscam mudanças
Problemas de saúde fizeram o professor de educação física, André Uchôa, 39 anos, decidir mudar de vida. Após uma reflexão sobre a rotina, além de conversas com família e amigos, ele optou pela cirurgia bariátrica. Não foi apenas isso, ele também decidiu modificar hábitos. Hoje, pouco mais de dois anos após o procedimento, o profissional já sente os efeitos positivos da redução de estômago.
No Brasil, o procedimento cirúrgico da bariátrica, torna-se popular a medida em que a população engorda. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade dos cidadãos - cerca de 54% - estão com sobrepeso. Outros 19% são considerados obesos. Entre os anos de 2007 e 2017, houve aumento de 110% na taxa de obesidade entre os mais jovens.
Para André, o procedimento não era a primeira opção, mas, aos poucos, mudou de ideia.
"A princípio fui para uma avaliação. Tinha minhas ressalvas, mas após a primeira consulta, os primeiros exames, tive a certeza que o procedimento seria a melhor opção para o início de uma mudança de vida.
Segundo especialistas, a escolha do procedimento de redução de estômago deve estar acompanhada de mudança nos hábitos alimentares. Trata-se, de fato, de uma reformulação no psicológico, já que ¼ dos bariátricos podem engordar mesmo após o procedimento.
De acordo João Sucupira, médico especialista em cirurgia bariátrica, os pacientes devem se manter atentos aos hábitos após o procedimento, "Quando o paciente faz a cirurgia, ele tem que entender que obesidade não tem cura. Então, se ele mantiver os mesmos hábitos de antes, não vai conseguir controlar a doença mesmo depois da cirurgia. A bariátrica é uma facilitadora do tratamento. E o tratamento é dieta e atividade física".
Após a cirurgia, André começou a perceber mudanças, como melhorias no corpo estão sono, disposição e reajuste de paladar. "Brinco sempre que a minha rotina diária se adaptou às mudanças que estavam surgindo, mas sempre sem pilhar muito com as coisas. Levando no meu tempo. Com relação as atividades diárias não teve mudança e sim uma maior vitalidade após o procedimento", completou o professor André.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) informa que pelo menos cinco milhões de brasileiros têm os requisitos para realização da cirurgia. Características como obesidade mórbida, problemas de coluna, apneia, colesterol alto e diabetes graves estão entre as doenças associadas que levam à indicação da bariátrica.
Sobre a possibilidade de adesão ao procedimento, o médico afirma "cirurgia bariátrica tem indicações bem precisas e normalmente a gente começa pelo IMC (Índice de Massa Corporal). Quando ele é maior que 35, a gente já começa a achar que o paciente tem indicação de cirurgia. Entre 35 e 40, tem que ter doenças associadas, que são pressão alta, colesterol alto, diabetes, doenças articulares. Quando o IMC é maior que 40, aí já não precisa mais dessas doenças, porque a obesidade já é tão importante ao ponto de já ser indicado cirurgia.", completou.
Preconceito
André relata que não percebia ser alvo de preconceito. Até um dia, após uma aula, ouviu do pai de uma aluna: "professor de educação física gordo desse jeito, não tem condições".
"Na mesma hora respondi que o conhecimento não estava no meu peso ou corpo físico e sim no conhecimento adquirido. Nesse momento sentia que não percebia, mas havia muito o preconceito pela forma física e principalmente por está ligado a minha profissão"
Após a bariátrica, o professor de educação física relata que os hábitos, após muito esforço, conseguiram ser adaptada. "Antes do procedimento, busquei me adaptar com a rotina de alimentação. Isso foi fundamental para os 40 primeiros dias. Não é fácil e nunca será, mas sabia muito bem que a briga que travaria seria comigo mesmo e que se aquilo era o que queria para mudar a chave da minha vida, conseguiria passar por todas as adaptações"
O médico João Sucupira diz que, após o procedimento, as mudanças são essenciais para o sucesso do tratamento, "A cirurgia interfere muito na rotina do paciente depois que ele faz. Então nós temos acompanhamento psicológico e nutricional, que orienta o paciente a buscar, ter mais controle sobre a dieta e fazer atividades físicas".
O professor contou que seguiu com os exercícios após o procedimento.
"O esporte já vivia 24hrs comigo, foi necessário apenas o ajuste para que os treinos, aulas, também virassem uma rotina cada vez mais forte em minha vida. A cirurgia é o início do processo, longo e difícil."
O médico João Sucupira foi entrevistado no programa Com Você, da TV Tambaú. Veja o vídeo:
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