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Janeiro Roxo: Paraíba diagnosticou 387 pessoas com hanseníase em 2022

A população geral da hanseníase no estado da Paraíba em 2021 foi de 9,5 casos/100 mil habitantes, o que corresponde a 384 casos novos

Por Carlos Rocha Publicado em
Paraíba tem cinco casos suspeitos de varíola dos macacos, diz diretor
Paraíba tem cinco casos suspeitos de varíola dos macacos, diz diretor (Foto: Reprodução)

Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou nesta semana a campanha Janeiro Roxo e divulgou o Boletim Epidemiológico de Hanseníase com o cenário atual da Paraíba. Em 2022, foram detectados 387 casos. Para este ano, a ação está voltada para a conscientização do agravo na comunidade e a melhoria da detecção de casos novos.

De acordo com a chefe do Núcleo de Doenças Endêmicas da SES, Anna Stella Pachá, a Paraíba apresenta uma carga considerada média da doença, o que mostra a importância das ações de vigilância e controle no estado. Ela pontua que a taxa de detecção anual de casos novos na população geral da hanseníase no estado da Paraíba em 2021 foi de 9,5 casos/100 mil habitantes, o que corresponde a 384 casos novos. Em 2022, a taxa de detecção avaliada até 04/01/2023 permaneceu a mesma, com 387 casos detectados. Este indicador avalia a carga de morbidade e de magnitude da hanseníase, de acordo com os dados avaliados.

Com o tema “Conscientização sobre Hanseníase na comunidade para busca ativa de novos casos e vigilância de contatos”, o intuito da campanha este ano é trabalhar durante todo o mês de janeiro junto às coordenações municipais de Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária, como também profissionais do Complexo Hospitalar de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga e a Coordenação de Saúde Prisional. Segundo Anna Stella, a busca ativa de contato de casos novos é considerada uma estratégia importante para diminuir a carga da doença nos municípios. “Não podemos esquecer da vigilância dos contatos que são aquelas pessoas que moram com pacientes e precisam ser avaliados para quebra da cadeia de transmissão”, observa.

Sobre o indicador de cura, Anna Stella reforça que em 2022 foi satisfatório apenas na 4ª, 7ª e 8ª Regiões de Saúde. Ela pontua que estes valores mostram a necessidade de fortalecer ações de vigilância e de um monitoramento adequado que venham garantir a efetividade do tratamento e a adesão do paciente ao programa de controle da hanseníase, como também a necessidade de qualificação dos dados pelos municípios no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan). Anna Stella lembra que esses dados ainda estão em aberto e que essa informação pode melhorar.

“Como é um tratamento longo, pode ocorrer o risco de abandono pelo tempo de uso do medicamento que, dependendo, vai de 6 a 12 meses. A cura vai garantir que aquela pessoa realmente fez o tratamento. Este é um indicador importante, pois permite a visualização das medidas adotadas pelos profissionais de saúde para a realização do tratamento no período preconizado, medindo a qualidade da assistência ofertada aos pacientes com hanseníase”, completa.

A programação envolve a qualificação dos agentes comunitários de saúde para preparação, sensibilização e buscas de casos, qualificação de médicos e enfermeiros da Atenção Primária; Reinauguração da Oficina de Calçados do Hospital Clementino Fraga; e o Dia H, uma campanha educativa para busca ativa de casos nos municípios, que será realizado no dia 31 de janeiro.

Hanseníase - doença crônica, de notificação compulsória, que atinge preferencialmente a pele e nervos periféricos e pode causar lesões neurais devido ao seu alto poder incapacitante. A transmissão ocorre pela eliminação do bacilo pelas vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe) por meio de contato próximo e prolongado com pessoas doentes e sem tratamento. Os principais sintomas são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, sem pelos e que não coçam, com alteração de sensibilidade (térmica, dolorosa ou tátil) e/ou da força muscular. Pode surgir dor e sensação de choque, formigamento e dormência ao longo dos nervos dos braços e das pernas. Para o controle da doença e interrupção da cadeia de transmissão é imprescindível que sejam realizados: diagnóstico precoce, tratamento regular e avaliação de contatos.

Tratamento - O tratamento é realizado em Unidades de Saúde e a medicação é oferecida pelo SUS de forma gratuita. Ao iniciar o tratamento, a carga bacilar da doença diminui de forma gradativa e o paciente deixa de transmitir a doença para outras pessoas.



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