Suspeito de matar paraibano e colocar corpo em geladeira é preso, mas liberado
As informações foram dadas pela família da vítima
A investigação do caso do paraibano Adonias Ferreira, encontrado morto dentro de uma geladeira em uma clínica clandestina na cidade de Itapetim, interior de Pernambuco, ganhou um novo capítulo. De acordo com informações da família da vítima, o principal suspeito do crime, Fábio Machado da Cunha, foi identificado e preso no estado de São Paulo. No entanto, por falta de um mandado de prisão, foi liberado.
Segundo Ana Rita, o suspeito foi reconhecido por policiais paulistas e conduzido à delegacia. Após isso, os agentes entraram em contato com a polícia pernambucana, já que o caso está sendo investigado pela delegacia de Itapetim. Porém, as autoridades informaram que não havia nenhum mandado de prisão em aberto contra Fábio e, por esse motivo, ele seria liberado.
“Eu vou com meu advogado até a cidade de Itapetim-PE, vou na Promotoria, vou no Fórum e vou na Delegacia. Quero saber por que o promotor negou o mandado de prisão, porque não tem prova maior do que Adonias ter sido encontrado na própria residência de Fábio, e não só por ter sido encontrado lá, mas também por outro crime que ele cometeu em São Paulo, com um senhora, e por vários outros crimes que ele estava praticando na cidade de Itapetim-PE”, disse Ana Rita.
Após 40 dias de investigação a perícia apontou que a causa da morte do jovem foi overdose. Um laudo pericial feito no corpo de Adonias Ferreira apontou algumas substâncias químicas em seu organismo.
Segundo laudo, foram encontradas no fígado e no sistema digestório pelo menos cinco substâncias de medicamentos usados no tratamento de doenças psiquiátricas. Algumas dessas substânicas são injetáveis.
De acordo com a perícia, há possibilidade de Adonias ter sido dopado com altas doses de medicamentos.
O principal suspeito é técnico de enfermagem e tem 31 anos de idade. Ele já foi preso em 2016 por exercício ilegal da medicina. A prisão por esse crime ocorreu na cidade de Jenipapo de Minas, interior de Minas Gerais. Ele atendia pacientes forma ilegal em um consultório improvisado na casa da mãe e cobrava R$ 40 por consulta, na época.
O caso Adonias
Adonias Ferreira foi encontrado no dia 3 de novembro de 2022, após passar cerca de três semanas desaparecido. Em entrevista, Ana Rita, irmã do rapaz, revelou que ele estava na casa dela, em Teixeira, na Paraíba, sua cidade natal, quando recebeu uma mensagem e se apressou para ir embora. Foi a última vez que foi visto por ela com vida.
O corpo, em avançado estado de decomposição, foi encontrado dentro de uma geladeira na cidade de Itapetim, interior de Pernambuco. A polícia suspeitou, a princípio, de que os restos mortais seriam mesmo do jovem Adonias Ferreira, desaparecido desde a primeira quinzena de outubro. A família foi até o local e confirmou a informação.
Apesar do recohecimento preliminar, o corpo foi encaminhado para uma unidade do Institutlo de Medicina e Odontologia Legal (IML), onde a identidade foi confirmada oficialmente.
A família informou que Adonias morava em São Paulo e estava na Paraíba visitando parentes. Ele fazia os percursos entre Teixeira e Matureia de carro. A irmã disse que dias após o desaparecimento, o carro de Adonias foi encontrado em uma praça no município de Itapetim, já em Pernambuco.
"Um homem estava guardando o carro. Ele foi ouvido pela polícia e liberado. Ele disse que guardou a pedido de outros dois homens, mostramos a foto do meu irmão e ele disse que nenhum dos dois era Adonias. Esses homens também foram ouvidos, mas não estão presos", relatou Ana Rita.
A mãe de Adonias, Maria de Lourdes, disse que o filho era uma pessoa muito querida por todos e nunca deu trabalho. "Ele não era de sair, de ser irresponsável. Era uma benção, todo mundo gostava dele. Ele não tinha vícios, não fumava, não bebia, não tinha maldade, só tinha tudo de bom para oferecer às pessoas", afirmou.