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IBGE faz entrevistas em comunidades quilombolas da Paraíba

Cerca de 60 localidades devem receber recenseadores do IBGE no estado

Por Edcesar Oliveira Publicado em
IBGE Comunidades quilombolas
(Divulgação / IBGE)

Pela primeira vez na história, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está realizando o Censo Demográfico para detalhar as estatísticas sobre os povos quilombolas na Paraíba. No estado, cerca de 60 pontos devem ser recenseados ao longo dessa operação que começou no mês de agosto.

A pesquisa passa por saber sobre quantos são, onde estão e como vivem os povos quilombolas. O IBGE considera quilombola todo cidadão que se autoidentifica dessa comunidade, mas também as pessoas ausentes do domicílio no momento da operação .

A abordagem é simples. O recenseador pergunta: “Você se considera quilombola?”. Caso a resposta seja positiva, posteriormente, o pesquisador indaga sobre o nome da respectiva comunidade onde a pessoa reside. Vale destacar que essas perguntas são feitas nos locais previamente mapeados e identificados pelo IGBE como área quilombola.

Por isso, as localidades foram divididas em três categorias para facilitar a coleta de dados. Confira abaixo:

Territórios quilombolas oficialmente delimitados: determinados conforme informações do INCRA e institutos de terra estaduais;

Agrupamentos quilombolas: áreas com pelo menos 15 indivíduos e domicílios próximos espacialmente;

Áreas de interesse operacional quilombola: definidas a partir de dados do IBGE, de registros administrativos de órgãos oficiais e de instituições parceiras, caracterizadas pela dispersão dos domicílios ou onde não foi possível confirmar a presença de população quilombola.

A agente censitária Aline Monteiro nasceu, foi criada na comunidade Gurugi I e conta da emoção de a pesquisa chegar na realidade em que ela conhece a cada palmo de chão.

“É uma emoção fazer o levantamento de pessoas que, até então, eram esquecidas. Agora, a gente pode ser reconhecido e ter representatividade nessa pesquisa. Acho que é importante quando você se autodeclara, quando você diz para o mundo: ‘eu sou’. Você ter o orgulho de dizer que é algo que as pessoas normalmente não diriam, há um tempo atrás, que é da comunidade, que representa, que tem aquela vivência. As próximas gerações já não vão ter dificuldade de se autodeclarar”, disse.

O ritmo de coleta varia de acordo com a comunidade. Algumas localizações, principalmente no Sertão paraibano, requerem uma tratativa mais específica para que os números possam ser coletados de forma assertiva e que contemple todo planejamento.

As comunidades, domicílios ou localidades que não forem identificadas durante o processo serão incluídas na base de dados para estimativas de subnotificação.

Até o momento, foram mapeadas 5.972 localidades quilombolas e 2.308 agrupamentos de quilombolas no Brasil.

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