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Cátia de França se apresenta com Orquestra Sinfônica neste sábado (6)

Evento está marcado para iniciar às 20h, na Praça do Povo do Espaço Cultural, em João Pessoa.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Músicas da cantora e compositora paraibana serão interpretadas pela orquestra.
Músicas da cantora e compositora paraibana serão interpretadas pela orquestra. (Foto: Secom-PB/Divulgação)

A Orquestra Sinfônica da Paraíba apresenta neste sábado (6) um concerto especial com a participação da cantora Cátia de França, na Praça do Povo do Espaço Cultural, em João Pessoa. O evento está marcado para iniciar às 20h.

Com regência do maestro titular da OSPB, Luiz Carlos Durier, a orquestra apresentará um repertório de músicas da cantora e compositora paraibana e de outros autores brasileiros, a exemplo de Genival Macedo, Camargo Guarnieri e Emanuel Barros. O concerto será às 20h, na Praça do Povo do Espaço Cultural, com regência do maestro titular da OSPB, Luiz Carlos Durier.

O ingresso é gratuito, mas as pessoas interessadas em ver de perto essa homenagem especial a João Pessoa podem participar da campanha em benefício de instituições carentes levando 1kg de alimento não perecível. Este concerto, o 5º da temporada oficial 2022 da OSPB, faz parte da programação comemorativa ao aniversário da Capital realizada pela Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), que inclui a Feirinha Cultural Espaço Criativo, a partir das 18h, onde o público vai encontrar artesanato, brechó, gastronomia e variedades.

As músicas de Cátia de França que serão executadas são Kukukaya, Ponta dos Seixas, Coito das Araras, Vinte Palavras, Geração, Estilhaço, Não Marque as Horas, Panorama e Minha Vida é uma Rede, todas com arranjo e orquestração do trompetista paraibano Emanuel Barros, autor de “Fantasia Gonzaguística”, música que vai abrir o concerto.

Também estão no repertório as músicas “Dança Brasileira”, do paulista Camargo Guarnieri, e “Meu Sublime Torrão”, considerado o hino da cidade de João Pessoa, composta pelo paraibano Genival Macedo, com arranjo e orquestração do Maestro Duda. Nesta apresentação, a orquestra terá a participação dos músicos convidados Léo Torres, na guitarra, Daniel Cahon, no baixo elétrico, e Cristiano Oliveira, na viola caipira.

O maestro Luiz Carlos Durier explicou que a escolha de Cátia de França para ser homenageada com esse concerto especial foi pelo que ela representa para a música popular brasileira e para o nosso estado. “As músicas foram sugeridas pela cantora e sua produção. São as mais significativas e conhecidas do público em geral, que poderá cantar e interagir conosco”, destacou.

Durier ressaltou ainda a importância da participação dos músicos convidados para a apresentação. “Os arranjos, que são de estilo popular, necessitam de uma banda, com guitarra, baixo elétrico e bateria. Então, teremos excelentes músicos colaborando artisticamente no concerto: Léo Torres na guitarra, Daniel Cahon no baixo e Cristiano Oliveira, viola caipira. Glauco Andrezza estará na bateria, o que é fundamental na condução rítmica. Junto com a OSPB, teremos Cátia de França, a estrela convidada”.

A homenageada

Cátia de França é uma das maiores representantes da música paraibana. Nascida em João Pessoa em 1947, é cantora, compositora, instrumentista e escritora. Seu interesse pela música começou muito cedo, aos quatro anos, quando começou a estudar piano, deixando o instrumento aos 15, quando ingressa num colégio interno em Pernambuco. Passa a tocar violão, envereda pela música popular e também aprende flauta, sanfona e percussão.

No final dos anos 1960, viaja pela Europa integrando o grupo folclórico da Fundação Artístico-Cultural Manuel Bandeira. Em Recife, conhece o dramaturgo e artista brincante Antônio Nóbrega, começa a estudar teatro e passa a assinar trilhas sonoras e conduzir a sonoplastia de vários espetáculos.

Da capital pernambucana, Cátia parte para o Rio de Janeiro e se aproxima do dramaturgo Luiz Mendonça, renomado artista da geração de autores e diretores que, nos anos 1970, defendeu um teatro de temática ligada à realidade do povo brasileiro. Colaborando com a companhia de Mendonça, Cátia faz uma imersão, entre 1974 e 1976, na cena teatral do eixo Rio/SP.

Como instrumentista, sonoplasta e diretora musical, deixou sua marca em espetáculos teatrais consagrados pelo público e pela crítica, como “Lampião no Inferno” e “Canção do Fogo”, escritos por Jairo Lima, e “Viva o Cordão Encarnado”, de Luiz Marinho, e também em filmes, colaborando com a trilha sonora de “Cristais de Sangue”, de Luna Alkalay, e “Paraíba, Mulher Macho”, de Tizuka Yamasaki. Nesse período, foi integrante das bandas de Zé Ramalho, Amelinha e Sivuca.

Em 1979, Cátia de França gravou o seu primeiro trabalho, “20 Palavras ao Redor do Sol”, que conta com a participação de Sivuca, Dominguinhos, Sérgio Boré, Chico Batera, Lulu Santos e Bezerra da Silva. O disco inclui composições de sua autoria, como “Coito das Araras” e “Kukukaya”, e poemas de João Cabral de Melo Neto, musicados por ela. No ano seguinte, lança o álbum “Estilhaços”. Em 1982, participa do Projeto Pixinguinha, ao lado de Jackson do Pandeiro e Anastácia, e apresenta-se na série Seis e Meia, com Teca Calazans, ambos promovidos pela Fundação Nacional de Artes (Funarte).

Em 1985 lança o LP “Feliz Demais” e em 1986 grava o LP “Olinda”, com participação da Banda Azymuth. Em 1990, fixa residência na Paraíba, onde integra a ONG e o Projeto Malagueta, que divulga o acervo cultural da Paraíba. Em 1998 lança o CD “Avatar”. Na sua trajetória, há ainda a publicação de cordéis e livros infantojuvenis, entre os quais, “A Peleja de Lampião Contra a Fibra Ótica”, “Saga de Zumbi” e “Falando da Natureza Naturalmente”.

Em 2005, grava o CD “Cátia de França Canta Pedro Osmar”, interpretando músicas do cantor, compositor e instrumentista paraibano. Em 2012, lança o CD independente “No Bagaço da Cana/um Brasil Adormecido”, inspirado em textos de José Lins do Rego, com a Camerata Arte Mulher, formada por musicistas eruditas da Paraíba.

Em 2016, Cátia de França apresenta o CD “Hóspede da Natureza”, inspirado na obra do escritor Henry David Thoreau (1817-1862) e com uma musicalidade que transita do reggae ao blues, passando por bossa-nova, rock e bumba meu boi. O CD tem 14 músicas autorais, que versam sobre a relação entre o homem e a natureza, tudo envolto pela literatura e gêneros musicais.

Em 2018 estreia seu novo projeto musical “Mamelucas”, onde divide o palco com Déa Trancoso e Consuelo de Paula. Apresentam-se, desde então, em diferentes locais, como Sesc Pompeia, Casa Natura Musical, Sesc Bauru e Sesc Campinas. A convite do Sesc Brasil, Cátia, Ceumar e Déa Trancoso circulam o país pelo projeto Sonora Brasil, com o espetáculo “Líricas Transcendentes”. A turnê de dois anos é interrompida pela pandemia de Covid-19, porém o trio realiza 47 shows nas regiões sudeste, sul e centro-oeste.

O regente

O maestro Luiz Carlos Durier, paraibano de João Pessoa, é o regente titular da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba há 25 anos. Seu trabalho direcionado para jovens músicos em formação tem reconhecimento em todo o Brasil. Sob sua batuta, já se tornou tradição a Jovem apresentar estreias mundiais com excelente qualidade técnica e artística. Em setembro de 2013, Durier foi nomeado diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Na UFPB, concluiu o ensino superior de música nos cursos de Licenciatura e Bacharelado. Desde que chegou à Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN), em 1991, lidera atividades de educação musical ensinando: Musicalização, Viola e Música de Câmara e Regência. Como professor de regência participou das Semanas da Música na UFRN e IF Sertão – PE e como regente da Orquestra de Cordas da 29ª e 30ª Oficina de Música de Curitiba.

Na condição de regente convidado, Durier conduziu a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe, Orquestra Sinfônica da UFRN, Orquestra Criança Cidadã do Recife, Orquestra do Estado do Mato Grosso e Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), dentre outras.

Na sua formação como regente, foi aluno de Wolfgang Groth, Nelson Nuremberg, Guilhermo Scarabino e o maestro Osvaldo Ferreira. Participou de Master Class com os maestros Kurt Masur e Dante Anzolini. Ainda teve como mestres o maestro José Siqueira, José Alberto Kaplan, Iara Bernette, Violeta de Gainza, Guilhermo Campos e Horácio Schafer.

O maestro Durier conduziu a OSPB na gravação ao vivo do CD da cantora Marinês e sua Gente, e ainda do DVD Sivuca e os Músicos Paraibanos. Na sua trajetória, regeu apresentações de artistas populares com a Orquestra Sinfônica da Paraíba e Orquestra Jovem, a exemplo de Ângela Rô Rô, Arnaldo Antunes, Tico Santa Cruz e Renato Rocha (Detonautas), Flávio José, Genival Lacerda, Alcione, Toninho Ferragutti, Geraldo Azevedo, Dominguinhos, Zélia Duncan, Zé Ramalho, Cátia de França, Nathalia Bellar e Chico César, sempre com grande sucesso de público e crítica.

No ano de 2012, o maestro Durier recebeu a Comenda de Honra ao Mérito do Rotary Internacional, pelo brilhante desempenho profissional frente a Orquestra Sinfônica da Paraíba.

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