Equipes de enfermagem devem encolher na Paraíba por falta de recursos públicos
Famup alega ausência de fonte de receita para pagamento de funcionários em 2023.
Prefeituras paraibanas preveem não renovar contratos com profissionais da saúde pública em 2023 por falta de recursos. De acordo com a Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), a diminuição nas equipes deve ser motivada pela ausência de uma fonte de receita. No âmbito do serviço público, o novo piso salarial para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem começa a ser pago a partir de janeiro, quando se inicia um novo exercício financeiro.
As discussões em torno do assunto ganharam força após denúncias de demissões em massa de profissionais em hospitais privados, na Paraíba. O caso foi reportado pelo Portal T5 na última quarta-feira (10) e serviu de base para um procedimento investigatório instaurado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-PB).
De acordo com o presidente da Famup, George Coelho, as demissões de funcionários sob a alegação de impacto financeiro já eram previstas. “Nós já prevíamos isso. Porque a luta do sindicato, mais do que justa, pensou no valor a receber. Mas dentro desse contexto, falta a fonte de receita”, disse. “Mas sobre os profissionais no setor público, já estamos vendo e dialogando com o governo federal”.
Ao Portal T5, a representante do Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Saúde da Paraíba (Sindsaúde), Wanda Celi, teme prejuízos não só para os funcionários mas também para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Como os contratos são anuais, pode acontecer de já em janeiro não renovarem grande parte. No fim, onde trabalham 80 ficam 8. Vai sobrar para os trabalhadores e para os usuários desses serviços”, afirmou.
Demissões no setor privado
Denuncias de demissões de profissionais de enfermagem têm sido feitas desde a última semana, quando entrou em vigor o novo piso salarial da categoria. Ao T5, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde da Paraíba (Sindesep) reforçou as informações sobre irregularidades em hospitais do estado.
Cledison Maia, presidente do Sindesep, afirmou que hospitais privados estão chegando a demitir 50% do quadro de empregados sob a alegação de impacto nas finanças. Além das demissões, os funcionários são vítimas de assédio moral por parte das empresas.
*Com supervisão de Dennison Vasconcelos.
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