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Ladrões de fios deixam 14 radares de velocidade sem funcionar em João Pessoa

Portal T5 solicitou com exclusividade dados sobre esse tipo de crime à Polícia Civil e à Semob-JP.

Por Juliana Alves Publicado em
Fios eletricidade
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Fios de cobre, essenciais para serviços de energia, iluminação pública, mobilidade e internet, têm sido alvo de criminosos em João Pessoa. O material de valor de mercado é furtado para ser vendido em locais como 'ferro-velho' e sucata. A prática criminosa oferece riscos à vida, além de causar prejuízos e transtornos. Entre janeiro e junho deste ano, 14 radares medidores de velocidade foram danificados na capital paraibana após o furto das fiações. Desses equipamentos, quatro continuam sem funcionar.

Na Polícia Civil da Paraíba, dez casos foram registrados em 2022. Os dados solicitados com exclusividade pelo Portal T5 por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), comprovam a subnotificação desse tipo de crime na cidade.

De acordo com o delegado João Paulo Amazonas, em duas ações policiais, mais de 100 quilos de fiação de cobre foram recuperados em estado de venda. Para o investigador, além do furto, a receptação do produto precisa ser combatida. "Vamos fazer uma série de operações. Quem furta esse tipo de material precisa de um receptador qualificado para recebê-lo e transformá-lo para colocá-lo no mercado", avaliou o responsável pela Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio de João Pessoa.

A iluminação pública e a serviços de internet também são afetados pela ação dos criminosos. A Prefeitura de João Pessoa denunciou furtos de materiais neste ano, segundo o delegado.

Ao Portal T5, o presidente da Associação Nacional para Inclusão Digital (ANID), Percival Henriques, acredita que os registros na polícia são subnotificados porque os crimes ocorrem por “engano”. As empresas de telefonia afetadas pela prática criminosa passaram a substituir o cabo de cobre por fibra óptica, que não tem valor comercial para os criminosos.

"O prejuízo é muito grande. Porque só o fato de cortar o cabo, mesmo não levando, já faz com que uma equipe se desloque. E só um corte já exige, pelo menos, 50 metros de fio", contou o empresário.

Para o presidente da ANID, os mais afetados são os consumidores de internet. “Às vezes o reparo sai por menos de mil reais para a empresa. O prejuízo é muito maior pela interrupção do serviço, pelos consumidores que ficam sem internet, por exemplo”, afirmou.

De acordo com a Polícia Civil, o bairro com o maior número de ocorrências dessa natureza foi o Bancários, na capital paraibana. Foram três ocorrências registradas. Em um dos casos, um homem se machucou após tentar furtar fios de um poste. Uma câmera de segurança próxima ao local registrou o momento do acidente. O criminoso fugiu do local.

Veja o vídeo:

Veja a entrevista exibida pela TV Tambaú:

Punições mais severas

Um projeto de lei que estabelece penas mais duras para o roubo ou furto de fios de telecomunicações e energia elétrica deve ser analisado pelo plenário da Câmara dos Deputados. A proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

O projeto prevê que o furto de fios e cabos será considerado crime qualificado, com pena de reclusão de três a oito anos. Já no caso de roubo, serão de quatro a dez anos de prisão, podendo ser aumentada.

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