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Corpo de juíza é velado no Pará antes de ser enviado para a Paraíba

A pequena cerimônia acontece antes do corpo ser enviado para Campina Grande, na Praíba, onde deve ocorrer o velório oficial

Por Carlos Rocha Publicado em
Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira, juiza paraibana que atuava no RN
Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira, juiza paraibana que atuava no RN (Foto: Arquivo Pessoal)

Após ser liberado pelo Instituto Médico Legal de Belém, o corpo da juíza paraibana Mônica Andrade Figueiredo de Oliveira é velado na Capela da Saudade, no bairro do Umarizal, na capital paraense. A pequena cerimônia acontece antes do corpo ser enviado para Campina Grande, na Paraíba, onde deve ocorrer o velório oficial. O enterro está previsto para ocorrer no mesmo dia, na cidade de Barra de Santana, também na Paraíba. Ela deve ser sepultada ao lado dos pais.

Familiares de Mônica disseram que foi feito o reconhecimento e a autorização da preparação para envio do corpo para a Paraíba na manhã desta quarta (18). Até por volta das 9h, a família ainda estava providenciando o envio.

A Polícia Civil disse que o caso já foi encaminhado à Justiça. O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), em nota, informou que o promotor de justiça Luiz Márcio Cypriano, da Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade Policial de Belém (PJCEAP), vai acompanhar o inquérito policial. O promotor foi designado pelo Procurador-Geral de Justiça, Cesar Mattar Jr., ainda na terça (17).

Família pede explicações

A vereadora de Campina Grande Ivonete Ludgério, prima da juíza Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira, se manfestou após saber da morte da magistrada. A juíza foi encontrada morta no carro do marido e ele mesmo levou o corpo para a Divisão de Homicídios, em Belém do Pará. Ivonete falou sobre o choque que a família teve ao saber da tragédia e fez um apelo para que os pontos ainda não explicados sejam esclarecidos pela polícia.

"Desconfiamos de primeira, porque ele conhece a lei e sabe que você não pode mexer na cena do crime. E ele mesmo saiu dirigindo e foi para uma delegacia. Então nós, a partir daí, já começamos a desconfiar. Cada vez que ele dá uma versão, é uma versão diferente. A gente sabe que ele deve estar muito estressado, nervoso, mas mesmo assim a gente precisa saber a verdade", disse.

A juíza Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira nasceu em Barra de Santana, na Paraíba. Ela tinha 47 anos e era titular da Vara Única de Martins, no Rio Grande do Norte, onde ocupava a diretoria do fórum. Os parentes contaram que Mônica e João Augusto já tinham um relacionamento de dois anos e quase um ano de casados. Ela viajava com frequência até Belém. Um parente da juíza e um advogado criminal já estão a caminho do Pará.

"Ela era uma mulher que amava a vida, a família, os filhos. O que nós esperamos é que a justiça seja feita, seja qual tenha sido o motivo dessa tragédia", finalizou Ivonete Ludgério.

Até a noite desta terça-feira (17), corpo da juíza ainda estava no Instituto Médico Legal (IML) de Belém aguardando a chegada de parentes para ser liberado. De acordo com a família, o velório deve ser em Campina Grande e o enterro em Barra de Santana, na Paraíba. A juíza deixou dois filhos do primeiro casamento.

Saiba mais sobre o caso

O corpo da juíza paraibana Mônica Maria Andrade Figueiredo de Oliveira foi encontrado com um ferimento feito por arma de fogo dentro de um carro, na manhã desta terça-feira (17), no Pará. O próprio companheiro da vítima, o juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior, levou o corpo de Monica para a Divisão de Homicídios da Polícia Civil, em Belém. Apesar de estar na capital paraense, a paraibana atuava no Rio Grande do Norte.

Em depoimento à Polícia Civil do Pará, o juiz João Augusto Figueiredo de Oliveira Júnior afirmou que teve uma discussão com sua esposa e que é dono da arma usada na morte da juíza paraibana.

Segundo o boletim de ocorrência, por volta das 22h30, da segunda-feira (16), João Augusto Júnior “teve uma pequena discussão acerca do relacionamento” com a juíza Mônica de Oliveira. Após a discussão, Mônica “arrumou suas coisas e desceu, informando que iria viajar”.

No depoimento, João Augusto informou que na manhã desta terça-feira (17) não achou a chave do carro. Então, ele pegou uma chave reserva e seguiu em direção à garagem do prédio. Ao chegar lá, ele teria visto que o veículo estava estacionado e com a porta aberta.

O magistrado disse no boletim de ocorrência que “ao se aproximar do carro, percebeu que sua esposa tinha cometido suicídio e, para isso, usou a arma de fogo” do próprio juiz, que "sempre fica guardada dentro do carro".

O juiz relatou ainda que ela teria cometido suicídio dentro do seu carro que estava na garagem do prédio onde ele reside, no edifício Rio Miño, no bairro Nazaré. Após isso, ele alega ter dirigido até a Divisão de Homicídios.

Após prestar depoimento, João Augusto foi liberado e informou também que o caso segue em sigilo. A Polícia Civil do Pará informou que o caso é investigado pela Divisão de Homicídios e que "está adotando todas as medidas cabíveis para a elucidação do ocorrido".

João Augusto é juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude de Belém, ligada ao Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA). A corte disse que ainda não vai se manifestar sobre o caso.



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