Quais sinais podem identificar violência contra crianças e adolescentes; veja como denunciar
Na Paraíba, a cada dois dias, uma criança ou adolescente é vítima de violência sexual.
A morte da menina Júlia, de 12 anos, em João Pessoa, chocou a opinião pública pela frieza e brutalidade. Segundo a polícia, o padrasto da adolescente acompanhou as investigações e as buscas pela vítima. Após cinco dias, ele confessou o crime e apresentou o local onde o corpo foi escondido. O homem foi preso em flagrante.
Nas últimas semanas, casos de violência explícita contra menores não foram exceção na Paraíba. Na capital, uma criança de um ano morreu após agressões, em que a mãe e o padrasto são suspeitos. Outro menino, de 4 anos, caiu pela janela do quarto andar do prédio onde morava, na cidade de Bayeux. Ele foi deixado sozinho no apartamento com outra criança.
Dados do Disque 123, sistema que apura denuncias de violação de direitos humanos, mostraram que a cada dois dias, uma criança ou adolescente é vítima de violência sexual na Paraíba.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por dia, 243 casos de agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) são notificados contra crianças e adolescentes no Brasil. “Esses números são apenas a ponta de um enorme iceberg. A subnotificação é uma realidade, ou seja, o total de casos que não chega ao atendimento médico nem ao conhecimento das autoridades, é significativa”, explica Marco Antônio Chaves Gama, presidente do Departamento Científico de Segurança da SBP.
Sinais de violência
Segundo os especialistas, menores violentados de forma física, psicológica ou sexualmente sempre apresentam mudança repentina de comportamento.
Para o Ministério dos Direitos Humanos, os sintomas mais comuns em crianças abaixo de 6 anos vítimas de violência são:
- Ansiedade;
- Pesadelos;
- Transtorno de estresse pós-traumático;
- Comportamento sexual inapropriado.
Para as crianças em idade escolar, os sinais mais corriqueiros incluem:
- Medo;
- Distúrbios neuróticos;
- Agressão;
- Pesadelos;
- Problemas escolares;
- Hiperatividade;
- Comportamento regressivo.
Na adolescência, os indícios mais comuns são:
- Depressão;
- Isolamento;
- Comportamento suicida;
- Autoagressão;
- Queixas somáticas;
- Atos ilegais;
- Fugas;
- Abuso de substâncias;
- Comportamento sexual inadequado.
Onde procurar ajuda?
Em João Pessoa, o Centro de Atendimento Integrado (CAI), no Hospital Infantil Arlinda Marques, é destinado à crianças e ao adolescentes vítimas ou testemunhas de violência.
O espaço possui uma equipe multidisciplinar, integrada por profissionais que executam a política de atendimento nesses casos. A integração dos serviços de saúde e de segurança permite a agilidade na coleta de provas periciais e físicas, a escuta qualificada, um ambiente de confiança e respeito à vítima em suas particularidades, com amparo médico, psicológico e assistencial.
Denuncie
Além do Disque 123, o Disque 100 é um canal que acolhe denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes, além de outros públicos vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência. As notificações podem ser anônimas.
Outros contatos como, 190, da Polícia Militar e 197, da Polícia Civil também estão disponíveis para receber essas denúncias.
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