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Desigualdades

Mulheres lutam para ocupar espaços de poder e decisão na sociedade

Mulheres representam 52% da população brasileira, mas são minoria nas posições de decisão

Por Juliana Alves Publicado em
Dia Internacional da Mulher.
Dia Internacional da Mulher. (Foto: Arquivo pessoal/Heloisa de Sousa)

Direitos, oportunidades e espaço. Essas são algumas das lutas de mulheres não só no dia 8 de março - e se engana quem pensa que essa é uma data festiva. Muito além de celebrações e homenagens, o objetivo principal do Dia Internacional das Mulheres é de reflexão e reconhecimento das causas femininas.

“Esse dia nos traz a experiência de luta e de conquistas que nós obtivemos, apesar de toda a repressão masculina. Fomos nós que estivemos nas lutas contra a violência da colonização em nosso território, que dissemos 'não' à exploração de 18 horas de trabalho nas fábricas e sem nenhum direitos (durante a revolução francesa e industrial). Fomos nós que saímos às ruas contra a fome, pelo direito ao voto e a uma vida sem violência para as mulheres e crianças”, disse Heloisa de Sousa, da Marcha Mundial das Mulheres.

“A luta feminista é coletiva, e apenas por essa característica somos vitoriosas”

Para Heloisa, apesar dos avanços e conquistas, as relações sociais ainda são desiguais e, por isso, a luta das mulheres é contínua. “Precisamos retirar o machismo introjetado em cada uma de nós e reafirmamos nossa força coletiva em enfrentar a violência”, afirmou.

Desigualdade na política

Nas últimas eleições na Paraíba, 37 mulheres foram eleitas prefeitas entre 223 municípios do estado. Em João Pessoa, apenas uma vereadora foi escolhida entre 27 parlamentares.

“Precisamos pensar quantas são as mulheres prefeitas, governadoras; quantas vezes tivemos presidentas da República no Brasil.”

A ativista acredita que mulheres precisam ocupar espaços de poder na política e na sociedade para combater as desigualdades. “Se a gente olhar as casas legislativas, apenas 16% são ocupadas por mulheres. Nos estados e municípios, esse número é ainda menor. Aí a gente se pergunta: se a sociedade brasileira é composta por 52% de mulheres, como é que essa representativa não se dá nas casas legislativas? Nos espaços executivos esse número é bem menor”.

Neste dia 8 de março, e durante o ano todo, é preciso reconhecer que a luta feminina faz parte da busca por um outro modelo de sociedade, mais justo e igualitário. "Não há como acabar com a pobreza sem acabar com a exploração. Para ter uma vida sem violência e perseguição, precisamos de democracia, de poder popular, de valores libertários", afirmou Heloisa.



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