Bebê tinha múltiplas lesões no corpo, diz médico; mãe nega violência
Jovem, que se identificou como mãe solteira, confirma que bebê caiu da cama.
Em entrevista coletiva sobre a morte do bebê de um ano e três meses que deu entrada em estado grave no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, o diretor da unidade, Laécio Bragante, disse que a criança chegou no hospital já com sinais de morte encefálica. José Henrique da Silva Medeiros, de 1 ano e 3 meses
foi transferido ao Trauma por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com suporte avançado após receber os primeiros cuidados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz das Armas.
“Inicialmente, quero dizer que sempre lamentamos muito a morte, principalmente quando é a morte de uma criança tão jovem. Essa criança chegou aqui ao hospital ontem por volta das 22 horas mostrando sinais de grave agressão e de morte encefálica. Só respirava com a ajuda de aparelhos. Todos os cuidados foram aplicados e empreendidos. Essa criança foi conduzida à UTI do hospital, mas não havia indicação de nenhum procedimento cirúrgico. Só de tratamento clínico e de suporte avançado”, disse.
O médico lamentou que “mesmo com todo esse esforço, essa criança não resistiu e foi a óbito”.
Primeiras impressões
Laércio afirmou que o bebê apresentava “múltiplas lesões em todos os seguimentos do corpo: crânio, rosto, tórax, abdômen e membros inferiores", que são sinais clássicos de agressão. Ainda segundo Laércio, não eram lesões recentes. Algumas eram como “marcas de cigarro”.
“Todas as autoridades foram comunicadas em busca de salvar as nossas crianças”, finalizou. O Conselho Tutelar região sul, além da Polícia Civil foi acionados para apurar os detalhes do caso.
O que diz o conselho tutelar
Segundo Ricardson Dias, conselheiro, o foco da instituição se pauta em “proteger as crianças que ainda estão com a família”. Ele detalhou as informações cedidas pela mãe. “Pelo relato dela, é mãe solteira. Tem mais três crianças, as mais novas de 4 meses e quatro anos. Também tem uma outra criança que mora com uma tia. Ela disse que essa já havia sido acompanhada pelo conselho e afirmou que o filho mais velho é cuidado pela tia, após avaliação do conselho”, adiantou.
Ainda de acordo com ele, quando questionada sobre o crime, “ela fala da queda da cama". "É a versão dela. Sobre os outros hematomas, diz que quando perdia a paciência dava beliscões, mas nunca ferimentos graves que a levassem a morte”, disse o conselheiro.
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