Fãs paraibanos lamentam partida precoce de Paulinha Abelha
Cantora faleceu na quarta-feira e deixou uma legião de fãs pelo Brasil
A cantora Paulinha Abelha morreu nesta quarta-feira (23), aos 43 anos, em um hospital na cidade de Aracajú. Referência no forró brasileiro, principalmente pelo trabalho na banda Calcinha Preta, Paulinha estava na UTI devido a problemas renais.
A partida precoce da cantora pegou todos de surpresa, principalmente os fãs.
“Quando eu soube que ela estava doente, fiquei sem acreditar. Um dia antes acompanhei os vídeos dela numa turnê em São Paulo, e a vi com tanta vida, tanta energia que não dava para acreditar que ela, do nada, havia sido hospitalizada. Passando os dias as coisas foram ficando bem sérias, aí cada dia era uma angústia, uma tristeza, quando eu soube do coma fiquei extremamente triste, uma tristeza que nem sei descrever, só sentir. Vi a nota oficial (confirmando a morte da cantora) nas redes sociais da banda e fiquei em choque, me veio na mente todos os momentos que passei com ela, cada sorriso, abraço, passou um filme na cabeça. A notícia me tirou o sono, não consegui fazer mais nada a não ser ficar vendo vídeos dela, revendo os vídeos de feliz aniversário que ela me mandava, foi uma tristeza!” contou Heráclito Targino, fã da cantora.
Ele é natural de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, e foi ainda na infância que conheceu o trabalho de Paulinha. No bar do pai de Heráclito, os clientes sempre pediam que tocassem Calcinha Preta.
“Eu tinha uns 10 anos de idade, e ouvir aquela voz sempre me despertava uma curiosidade de querer saber quem era aquela mulher. Queria saber de quem era aquela voz rouca que me chamava atenção. Tinha outras vocalistas na banda, mas era a voz de Paulinha que me despertava um sentimento, um carinho, mesmo não sabendo quem era ela. O carinho iniciou pela voz"
O sentimento só cresceu e ele começou a usar as redes sociais para interagir com a cantora. A partir das trocas de mensagens, uma relação de amizade se formou. Heráclito até ajudou Paulinha com artes de divulgação do projeto que ela lançou quando saiu da banda Calcinha Preta. E foi em uma apresentação da dupla que ela fez com o cantor Marlus (também ex-Calcinha Preta, com quem a cantora foi casada), na TV Tambaú, que o encontro finalmente aconteceu.
Eles vieram para João Pessoa participar de um especial de verão da TV Tambaú no estacionamento do Hotel Tambaú, foi nesse dia que vi a humildade daquela mulher. Ela me tratou como amigo, como me conhecesse há anos, sabendo pronunciar meu nome, perguntando como eu estava, me convidou para entrar no ônibus da dupla, me presenteou com DVD promocional. Desde esse dia me tornei mais que um fã, me tornei amigo de Paulinha, seguindo a dupla e a volta à Calcinha Preta. Hoje sinto sua partida como se fosse alguém da família, deixando um triste vazio. Paulinha era sentimento, era amor, era alegria. Não parte só uma artista nordestina que deixa um vazio nos palcos, parte um ser humano iluminado que só tinha amor”, completa.
Walace Fernando, de Cabedelo, também na Região Metropolitana de João Pessoa, é mais um paraibano que construiu uma história de amizade com a cantora.
"Quando a gente se conheceu ela já mostrou que era muito humilde. Na época não se tinha WhatsApp nem Facebook. Ela me deu o contato do telefone dela, e fez “me ligue amanhã, pra eu salvar seu numero e mantermos contato”. No outro dia eu liguei e ela falou "Espera, deixa eu adivinhar: quem tá falando é Walace Fernando, de João Pessoa, não é?”. Desde então a gente sempre esteve juntos. Ela era daquelas que perguntava, “vai pro show hoje?”, se eu falasse que não tinha dinheiro, ela dizia “arrume o da passagem que aqui você fica comigo”. Perdi as contas de quantas vezes fiquei hospedado com ela, dividindo o mesmo quarto. Paulinha não teve filhos, esse era seu sonho. Mas ela foi mãe, ela cuidava e tratava todos com muito amor", contou Walace.
Paulinha Abelha passou mal durante a turnê que fazia em São Paulo e foi internada, no dia 11 de fevereiro, em Aracajú, com problemas renais. Logo depois a situação piorou e, no dia 14, ela foi para a UTI. No dia 17, após outra piora no quadro, Paulinha entrou em coma em decorrência dos problemas renais que causaram problemas neurológicos e fizeram com que a cantora precisasse de ventilação mecânica para respirar. No dia 23, ela faleceu.
