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de 2009 a 2017

74% das mortes de bebês poderiam ter sido evitadas na PB, diz estudo

Essas mortes evitáveis ocorreram entre 2009 e 2017. Entre as principais causas das mortes estão a prematuridade e o tipo de parto

Por Juliana Alves Publicado em
3.834 mortes de recém-nascidos poderiam ter sido evitadas no estado
3.834 mortes de recém-nascidos poderiam ter sido evitadas no estado (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Um estudo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) identificou que 3.834 mortes de recém-nascidos poderiam ter sido evitadas na Paraíba. Essas mortes evitáveis ocorreram entre 2009 e 2017 e representam 74,5% das 5.149 mortes registradas em período neonatal, relativo aos sete primeiros dias após o nascimento.

Segundo a pesquisadora Tiê Farias, responsável pelo estudo, os principais fatores relacionados a óbitos neonatais evitáveis são a escolaridade da mãe, prematuridade, o tipo de parto e o número de filhos vivos.

“Quanto maior a escolaridade da mãe, menor a proporção de óbitos neonatais evitáveis. O fato do recém-nascido ser prematuro também aumenta a proporção de óbito neonatal. O aumento da quantidade de partos cesáreos também influencia de forma direta o aumento do óbito neonatal evitável. Já quanto maior a média de filhos vivos, menor é a quantidade de óbitos neonatais”, explica a doutora pela UFPB.

Ao todo, foram protocolados 7.241 óbitos no período neonatal e no pós-neonatal (primeiro ano de vida) no Estado da Paraíba, nos nove anos apurados pela pesquisa. No total, houve 522.852 nascimentos nesse intervalo de tempo.

Entre as principais causas mais notificadas de óbito evitável de recém-nascido na Paraíba, estão septicemia bacteriana não especificada do recém-nascido, síndrome da angústia respiratória do recém-nascido, pneumonia congênita não especificada e hipoxia intrauterina durante o trabalho de parto e o parto.

Tiê Farias pontua que existem também causas que são classificadas como mal definidas. “Elas correspondem a outra grande parte das mortes de neonatais, sobrando para as causas não evitáveis muito pouco, menos de 10% do total das mortes de recém-nascidos no Estado da Paraíba. Um exemplo de causa não evitável é uma malformação congênita”, esclarece a pesquisadora.

Os dados utilizados no estudo foram extraídos das declarações de óbito e das declarações de nascidos vivos disponibilizadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC), gerenciados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde.

“Como esse trabalho começou a ser realizado em 2018, só existiam os dados até 2017 consolidados pelo Ministério da Saúde.  Iniciamos com o ano de 2009 porque em 2010 houve a inclusão dos números da declaração de nascido vivo na declaração de óbito. Através desse código único, foi possível fazer a ligação entre as duas declarações”, esclarece Tiê Farias.

Como reduzir a mortalidade infantil neonatal?

Na avaliação dela, a redução dos níveis da mortalidade infantil neonatal é possível, principalmente, com a intensificação dos cuidados com o recém-nascido e com a mulher durante a gestação, principalmente nas áreas ruralizadas do estado da Paraíba. “As estatísticas produzidas na tese expõem que há diferenças significativas entre os municípios urbanos, intermediários adjacentes e rurais adjacentes na Paraíba”, diz a pesquisadora.

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